"Antevemos que a economia de Moçambique saia da recessão este ano, depois de ter registo uma contração de 1,3% em 2020, com o investimento privado a recuperar ligeiramente, mas prevemos um crescimento real do PIB modesto, de 2,8%, já que o atraso no investimento no setor do gás e a persistências das medidas de confinamento pesam na recuperação da procura interna", escrevem os analistas.
Numa nota sobre os riscos para o país, enviada aos investidores e a que a Lusa teve acesso, estes analistas da consultora detida pelos mesmos donos da agência de notação financeira Fitch Ratings apontam ainda que o banco central moçambicano deverá baixar a taxa de juro no segundo semestre.
"O Banco de Moçambique vai provavelmente ver margem para baixar a taxa de juro em 100 pontos base para 12,25% até final deste ano, depois de uma surpreendente subida de 300 pontos base em janeiro, num contexto de baixo crescimento económico", escrevem os analistas.
"Na frente política, continuamos a assinalar riscos crescentes para a estabilidade colocados pela crescente atividade insurgente na província nortenha de Cabo Delgado, que também ameaça fazer descarrilar o desenvolvimento de novos campos de gás", alertam.
Na análise, a Fitch Solutions alerta ainda para as dificuldades que Moçambique vai ter a nível de infraestruturas, que são consideradas insuficientes para escoar toda a produção de gás natural que se espera possa começar a ser produzida a partir de meados desta década.
"Um falhanço em lidar com a infraestrutura deficiente é um risco premente para a economia de Moçambique; as infraestruturas de transporte, em particular, são atualmente desadequadas para levar os ricos recursos naturais do país para os mercados internacionais", concluem os analistas.
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