O governador do Banco de Portugal (BdP), Mário Centeno, reiterou, esta segunda-feira, que a retirada das medidas extraordinárias no âmbito da Covid-19 deve ser feita a par de uma abordagem cautelosa e vigilante, alertando que ainda está tudo dependente da evolução da pandemia.
"O momento de remover ou aliviar as medidas implementadas exigirá uma abordagem cautelosa e vigilante, cuidadosamente adaptada aos desenvolvimentos da evolução económica e financeira. Ainda está tudo muito limitado pela evolução da pandemia", disse Centeno, numa intervenção durante a VI Conferência dos Bancos Centrais do Mediterrâneo.
Esta não é a primeira vez que o governador do BdP alerta para a retirada das medidas no âmbito da pandemia. Em abril, Centeno alertou para a eliminação prematura das medidas de apoio e disse que as mesmas se deveriam manter enquanto fossem necessárias.
Na mesma intervenção, o antigo ministro das Finanças português sublinhou que a "cooperação internacional tem sido crucial para responder à emergência sanitária e aos desafios do processo de vacinação".
Além disso, alerta que "ainda não estamos fora de perigo", justificando que é necessário garantir que as vacinas chegam a todos e que são feitos esforços no sentido de ajudar na recuperação dos setores mais afetados da economia.
Mário Centeno considera que estamos a entrar em modo "recuperação", mas adianta que é necessário abordar "os dois principais legados desta crise: as cicatrizes e a incerteza global.
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