O ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, sublinhou, esta quarta-feira, a necessidade de adpatar a dimensão da TAP ao negócio que existe, que foi muito afetado pela pandemia. Contudo, sublinha a redução do número de saídas de trabalhadores face ao inicialmente previsto.
"O país está todo a fazer um grande esforço para segurar a TAP e nós não o podíamos fazer sem que quem trabalha da empresa participasse neste esforço. Temos de ajustar a dimensão da empresa ao negócio que existe, que infelizmente foi muito afetado pela pandemia e tem essa consequência", disse o ministro em declarações aos jornalistas, em Coimbra, à margem da apresentação dos investimentos no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) no setor da habitação.
Ainda assim, Pedro Nuno Santos salienta que o número de saídas agora antecipado é mais reduzido face ao que foi inicialmente previsto:
"Partimos de um número de despedimentos de cerca de 2.000 e, neste momento, estamos a falar de menos de duas centenas de trabalhadores que possam ser alvo de despedimento coletivo. A única maneira de conseguirmos salvar a TAP é fazermos um resgate com financiamento público, mas ao mesmo tempo pedir sacrifícios aos trabalhadores da empresa", adiantou o ministro, em declarações transmitidas pela RTP3.
O Sindicato dos Técnicos de Manutenção de Aeronaves (Sitema) pediu, na semana passada, à nova presidente da Comissão Executiva (CEO) da TAP que ponha "fim ao clima tóxico" em que vivem os trabalhadores e ao despedimento coletivo.
Groundforce é uma "situação que nos preocupa bastante"
Sobre a Groundforce, o ministro admitiu que é uma "situação que nos preocupa bastante", mas lembrou que o Governo não pode fazer "aquilo que não é responsabilidade do Estado ou da TAP". Pedro Nuno Santos disse que é necessário que se concluam as negociações em curso para que se possa "iniciar uma nova fase da vida da Groundforce".
Ainda assim, o Governo está a "acompanhar" a situação e questionado sobre se o Estado tenciona intervir Pedro Nuno Santos descartou, para já, essa solução: "Queremos dar a oportunidade de os privados poderem resolver a situação societária da empresa".
Os trabalhadores da Groundforce vão receber o salário de junho por tranches, sendo pago na data habitual apenas 65% da remuneração, segundo informou o presidente do Conselho de Administração da empresa de 'handling'.
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