Bolsonaro insiste em Mercosul com taxas menores e liberdade de negociação

O chefe de Estado do Brasil, cujo país assume hoje a presidência semestral do Mercado Comum do Sul (Mercosul), anunciou na cimeira do bloco que manterá esforços para a revisão da tarifa externa comum e flexibilização de negociações comerciais.

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Lusa
08/07/2021 18:15 ‧ 08/07/2021 por Lusa

Economia

Brasil

"Não podemos deixar que o Mercosul [bloco de livre comércio formado pelo Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai], continue sendo sinónimo de ineficiência e desperdício de oportunidades", declarou Jair Bolsonaro, na sua intervenção virtual na cimeira, que também contou com a presença dos chefes de Estado da Argentina, Uruguai e Paraguai.

Segundo Bolsonaro, "o Brasil não vai parar nos esforços para modernizar" sua própria economia e o Mercosul e quer que seus "parceiros de integração" adiram aos ideais de "abertura, democracia e liberdade" promovidos por seu Governo.

O Presidente brasileiro garantiu que o semestre que se encerra (em que a Argentina tinha a presidência do bloco) deixou de corresponder às expectativas em relação a "duas das questões que mais mobilizaram o Mercosul", que identificou como "a revisão da tarifa externa comum e a flexibilidade das negociações".

Bolsonaro aludiu à posição que o Brasil partilha com o Uruguai e à qual a Argentina se opõe, de avançar para uma redução acentuada das taxas de importação do bloco, e a exclusão de uma cláusula que obriga os Estados-membros a negociar acordos comerciais em conjunto com outros blocos e países.

A Tarifa Externa Comum (TEC) é uma barreira tarifária que o Mercosul impõe aos produtos e serviços de fora do bloco. Essa barreira funciona como uma proteção da produção local contra os importados, mas, quando elevada, também impede a competitividade.

"Não podemos derrapar no cumprimento desses objetivos", porque "o Mercosul deve mostrar seu valor com entregas à população, com a conquista de novos mercados e a eliminação de obstáculos", disse o chefe de Estado brasileiro.

Jair Bolsonaro destacou, em franco choque com as posições do Presidente argentino, Alberto Fernández, que "a persistência de impasses ou o uso da regra do consenso como instrumento de veto" constituem "ferramentas arcaicas que semeiam ceticismo".

"Ministros e negociadores do Mercosul sabem da nossa sede de resultados", afirmou o Presidente brasileiro, ao frisar que seu Governo vai dedicar os seis meses de sua presidência rotativa na busca de "resultados que possam ser entendidos, valorizados e percebidos pela população e pelos empresários" dos países do bloco.

Leia Também: Brasil assume presidência rotativa do Mercosul em cimeira

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