Ministros africanos pedem rapidez na entrega do 'novo capital' do FMI

Quatro ministros das Finanças africanos escreveram hoje um artigo de opinião pedindo ao G20, que se reúne este fim de semana em Veneza, para acelerar o desembolso dos Direitos Especiais de Saque emitidos pelo Fundo Monetário Internacional.

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Lusa
09/07/2021 12:45 ‧ 09/07/2021 por Lusa

Economia

Covid-19

"O financiamento de longo prazo atempado, estável e suficiente, em termos justos para uma recuperação sustentável e inclusiva continua fora do alcance para muitos países em desenvolvimento", escrevem os ministros das Finanças da Nigéria, Costa do Marfim, República Democrática do Congo e Gana.

O artigo, publicado no jornal italiano La Stampa na véspera da reunião do G20, em Veneza, salienta as necessidades financeiras dos países africanos e defende um desembolso maior e mais rápido dos DES que são reservados para o continente.

"A urgência agora é acelerar o desembolso destas verbas para impedir que a atual crise de liquidez nos mercados emergentes se desenvolva para uma crise de insolvência", argumentam os ministros Zainab Ahmed (Nigéria), Nicolas Kazadi (República Democrática do Congo), Adama Coulibaly (Costa do Marfim) e Ken Ofori-Atta (Gana) no artigo.

Os 650 mil milhões de dólares que o FMI vai emitir em DES representa uma transferência de cerca de 33 mil milhões de dólares para África, dos quais 28 mil milhões de dólares irão para a região subsaariana.

Vários governantes africanos têm defendido um aumento desta alocação tendo em conta as necessidades de financiamento, que o próprio FMI estima em quase 500 mil milhões de dólares até 2025 para recuperar da pandemia, estando apalavrado um apoio de 100 mil milhões de dólares por parte do G7, impulsionado pela França.

Para além disto, os governantes defendem também um reabastecimento do fundo do FMI de Combate à Pobreza e Crescimento, que permite empréstimos rápidos e a taxas de juro muito baixas.

Os ministros reforçaram também a proposta de uma alocação de 30 mil milhões de dólares a um novo instrumento financeiro avançado pelo Banco Africano de Desenvolvimento, que equivale ao Mecanismo Europeu de Estabilidade, e que permitiria que as nações africanas se pudessem endividar de forma mais barata e com mais incentivos para a canalização das verbas para investimentos sustentáveis e amigos do ambiente.

Outro dos pontos abordados no artigo tem a ver com as vacinas, que os governantes lamentam estarem a ser distribuídas num ritmo muito menor que nas economias desenvolvidas.

"O mundo desenvolvido está sustentadamente a chegar aos seus objetivos de vacinação, mas África prepara-se para enfrentar a terceira vaga da Covid-19, com as reservas de vacinas a esgotarem-se, deixando muitos países incapazes de darem sequer seguimento ao plano e dar a segunda dose da vacina para os grupos de alto risco", escrevem os ministros africanos.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, o continente recebeu 66 milhões de doses até agora, e menos de 2% de uma população de mais de 1,3 mil milhões de pessoas, foram vacinas, o que equivale a 1,6% da população mundial.

África regista 147.920 mortos devido à covid-19, totalizando 5.735.199 casos desde o início da pandemia, segundo os últimos dados divulgados na terça-feira pelo Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC).

Segundo a organização regional, África soma também 4.989.827 recuperações desde o primeiro caso registado no continente, no Egito, em 14 de fevereiro de 2020.

A África Austral continua a ser a região mais afetada do continente, com 2.678.634 casos e 74.081 óbitos associados à covid-19. Nesta região, encontra-se o país mais atingido pela pandemia, a África do Sul, que contabiliza 2.090.909 casos e 62.628 mortes.

O primeiro caso de covid-19 em África surgiu no Egito, em 14 de fevereiro de 2020, e a Nigéria foi o primeiro país da África subsaariana a registar casos de infeção, em 28 de fevereiro.

A pandemia da covid-19 causou já mais de 4 milhões de mortos no mundo desde que a doença foi identificada em dezembro de 2019 na China.

Leia Também: FMI reitera necessidade de ajuda do G20 ao países mais pobres

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