"Histórico". FMI aprova afetação geral de direitos especiais de saque

O Fundo Monetário Internacional (FMI) aprovou na segunda-feira a afetação geral de direitos especiais de saque (SDR, na sigla em Inglês) equivalentes a 650 mil milhões de dólares (547 mil milhões de euros), para aumentar a liquidez global.

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Lusa
03/08/2021 06:26 ‧ 03/08/2021 por Lusa

Economia

Fundo Monetário Internacional

"Esta é uma decisão histórica. É a maior afetação de SDR na história do FMI e uma injeção no braço para a economia global em tempo de crise inédita", afirmou a diretora-geral do FMI, Kristalina Georgieva, conforme comunicado distribuído pela instituição.

"A afetação dos SDR vai beneficiar todos os membros, resolver a necessidade de reservas de longo prazo, construir confiança e aumentar a resiliência e estabilidade da economia global. Em particular, vai ajudar os países mais vulneráveis a lidar com o impacto da crise do novo coronavirus", acrescentou a dirigente do FMI.

A afetação geral dos SDR vai tornar-se efetiva em 23 de agosto.

Os novos SDR vão ser creditados aos membros do FMI na proporção das suas quotas.

Daquele total, cerca de 275 mil milhões de dólares são destinados aos países com economias emergentes e em desenvolvimento, incluindo os de baixo rendimento.

Um SDR é um ativo internacional de reserva, criado pelo FMI, em 1969, para complementar as reservas oficiais dos países.

Em 22 de julho, o FMI anunciou que vai aumentar em 45% o limite de financiamento aos países de baixo rendimento (LIC), entre os quais estão os lusófonos Timor-Leste, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde e Guiné-Bissau.

As reformas anunciadas têm como objetivo "garantir que o Fundo pode, de forma flexível, apoiar as necessidades de financiamento dos LIC durante a pandemia e a recuperação, ao mesmo tempo que continua a fornecer empréstimos concessionais com taxas de juro zero", segundo o FMI.

No comunicado do Fundo, refere-se ainda que foi aprovada uma estratégia de financiamento a dois tempos, para cobrir o custo destes empréstimos concessionais, cujos limites foram agora aumentados, por um lado, e para garantir a sustentabilidade do Fundo de Redução da Pobreza e Crescimento (PRGT, na sigla em inglês).

"O primeiro passo da estratégia pretende garantir 2,8 mil milhões de Direitos Especiais de Saque [SDR, que equivale a 3,3 mil milhões de euros] em recursos para subsídios, para sustentar as taxas de juro zero, e uns 12,6 mil milhões de SDR [15,2 mil milhões de euros] adicionais em empréstimos que podem ser facilitados através da canalização dos SDR", aponta ainda no comunicado.

Leia Também: FMI discute com Angola alternativas após fim do programa de assistência

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