Esta situação pode complicar o serviço da dívida nos "próximos 12 -- 18 meses", pelo que lhe dá uma nota de 'CCC+', avançou a agência de notação financeira.
Na ocasião, a S&P avançou que as perspetivas de evolução são "estáveis".
A justificar o 'rating' atribuído, a agência argumentou que "apesar do preço elevado do petróleo este ano, as elevadas amortizações da dívida externa criam preocupações com a sustentabilidade da dívida de Angola a médio prazo".
Não obstante, a agência de notação adiantou que "os acordos bilaterais de reestruturação da dívida com credores criaram algum espaço para respirar até 2023".
No seu texto, a S&P adiantou que o seu 'rating' permanece "constrangido pelo elevado peso do serviço da dívida externa do governo" ao longo do seu cenário de previsões, que se estende até 2024.
Dito isto, a agência realçou que os acordos bilaterais de Angola com a China e outros membros do Grupo dos 20 (G-20) criaram algum alívio até 2022. Os acordos renegociados incluem o adiamento do reembolso da dívida e respetivos juros.
Pelas estimativas da S&P, estes acordos reduzem os pagamentos que Angola deveria fazer até ao final de 2022 em 2,8 mil milhões de dólares para 7,2 mil milhões.
Outro alívio imediato para os dirigentes de Luanda, apontou a agência de notação, vem da subida recente do preço do petróleo, dada a dependência da economia angolana deste recurso.
O petróleo, quantificou a S&P, representa 20% do produto interno bruto de Angola, 90% das suas exportações e 50% da sua receita fiscal.
A S&P Global Ratings prevê que o preço médio do barril de petróleo seja de 65 dólares este ano, 60 em 2022 e 55 em 2023, o que, em todo o caso, compara com 42 dólares em 2020.
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