ExpoDubai: Evento "vai atrair muitos empresários"

A presidente do Conselho Empresarial português (Portuguese Business Council) em Sharjah, Emirados Árabes Unidos, considera, em entrevista à Lusa, que a Expo Dubai "vai atrair muitos empresários" a nível mundial e para Portugal "é excelente".

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Lusa
07/08/2021 06:07 ‧ 07/08/2021 por Lusa

Economia

ExpoDubai

 

Lurdes Eusébio, que está em Sharjah, um dos sete emirados dos Emirados Árabes, há mais de 10 anos, espera que a exposição mundial venha trazer outra dinâmica ao mercado, que tem sido afetado, à semelhança do resto do mundo, pela pandemia de covid-19.

A Expo 2020 Dubai, que arranca em 01 de outubro, "vai ser um evento que vai trazer cá, atrair, muitos empresários a nível mundial, e para Portugal é excelente", afirma a empresária, num dia em que a temperatura exterior tocava os 48 graus.

A responsável disse ainda não estar "bem a par" das várias iniciativas que irão decorrer no Pavilhão de Portugal da Expo e que estão a ser trabalhadas pela AICEP - Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal e pela embaixada, "mas é evidente que vai ser muito bom" para Portugal.

"Estamos agora à espera que setembro e outubro venham e a Expo também, para haver mais dinâmica, que é isso que se pretende, para o Business Council começar a dar frutos como seria de esperar", salienta Lurdes Eusébio, que saiu de Portugal em 2010 à procura de novas oportunidades.

"Estamos aqui desde 2010" e a razão "de virmos para cá foi à procura de novas oportunidades, veio a família toda, integramo-nos todos muito bem cá", garante a presidente do Conselho Empresarial português de Sharjah, que é terceira cidade mais populosa dos Emirados Árabes Unidos, depois do Dubai e de Abu Dhabi (capital).

Inicialmente, Lurdes Eusébio, que em Portugal era diretora de uma empresa na área do mobiliário, começou a trabalhar com outras empresas para "perceber o mercado".

Depois, em 2014, formou a sua empresa de consultadoria -- The First International Business -- "e foi a partir daí" que começou a trabalhar com empresários portugueses, associações e entidades governamentais em Sharjah.

"Especialmente em Sharjah, fui sempre mais ligada a Sharjah do que ao Dubai", salienta.

"Claro que Dubai tem muitas oportunidades", admite, mas sempre achou "que Sharjah tinha muito potencial".

E por que é que veio para os Emirados Árabes Unidos? "Naquela altura foi uma época bastante difícil em Portugal, em 2010, nós achámos que estava na altura de procurar novas oportunidades".

Entretanto, no ano passado houve um evento na Câmara de Comércio de Sharjah para o qual Lurdes Eusébio foi convidada e no qual foi anunciado que iriam aceitar o registo de 'business councils' naquele emirado.

"Achei que era uma ótima oportunidade para nós, portugueses, para começar a ajudar mais os empresários cá em Sharjah, candidatei-me logo no dia, não perdi oportunidade", conta.

Mas com a pandemia de covid-19 "as coisas foram-se atrasando, mas no início deste ano concretizou-se", logo "em janeiro".

Relativamente ao número de empresários portugueses em Sharjah, a responsável disse não haver muitos.

"Neste momento tenho 10. Por exemplo, no Dubai eu sei que eles têm 20, não há muitos, mas há bastante interesse", diz, considerando que o que existe "é muita falta de informação ainda em Portugal acerca dos Emirados".

Para Lurdes Eusébio, há "potencial para o Portugal Business Council em Sharjah trazer mais empresas portuguesas" para este emirado.

Já a nível de setores, "não há nenhum setor empresarial específico", há vários tipos de 'trading' e empresas que prestam serviços.

Os Emirados Árabes Unidos são "um ponto estratégico para qualquer empresa que se queira internacionalizar, não só aqui em Sharjah", salienta.

Aliás, "Sharjah é estrategicamente uma localização muito boa, nós estamos aqui perto de África, perto da Ásia, perto da Europa e, portanto, é perfeito para os empresários", assevera.

No caso de Sharjah, detalha, o emirado tem três portos: Hamriyah, Khalid e Khor Fakkan, este último fica do lado do oceano Índico.

"Temos também o aeroporto", por isso, "em termos de [transporte de] carga estamos muito bem servidos", insiste a empresária.

Portanto, "aqui é um ponto estratégico para qualquer empresa se sediar ou ter uma filial e trabalhar o mundo todo", remata.

Já sobre a experiência de ser mulher e presidir ao Portuguese Business Council, garante que nunca sentiu qualquer limitação ou discriminação.

"Não tenho tido qualquer tipo de problema, pelo contrário, fui sempre muito bem aceite", refere.

"Temos que ser profissionais como em qualquer outra parte do mundo e, a partir daí, as coisas desenvolvem-se naturalmente, não tenho tido qualquer problema ou qualquer entrave por ser mulher".

Com a Expo 2020 Dubai, que foi adiada um ano devido à pandemia, e vários projetos que o Conselho Empresarial tem vindo a trabalhar desde o início do ano com algumas entidades associativas portuguesas, a empresária tem "expectativas".

Agora quanto a objetivos, considera ser "muito complicado" delineá-los "neste momento", isto porque a pandemia "dá sempre um entravezinho" e por isso é preciso "ir devagar".

Leia Também: ExpoDubai: Comissário acredita que ida de Portugal "vai ser um sucesso"

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