De acordo com o Ministério Público de Frankfurt, a pena foi imposta "por violação negligente" da Lei de Lavagem de Dinheiro. Trata-se de um empréstimo do KfW-Ipex-Bank, concedido em 2015, e que foi revelado no âmbito do projeto de investigação jornalístico internacional "Luanda Leaks".
Em 2015, o KfW-Ipex-Bank, cuja missão é promover as exportações alemãs, emprestou cerca de 50 milhões de euros ao banco estatal angolano Banco de Poupança e Crédito (BPC), que concedeu um empréstimo a uma cervejeira (Sodiba) controlada pela empresária angolana, filha do ex-Presidente angolano José Eduardo dos Santos
O consórcio jornalístico adianta, no seu site, que o empréstimo foi usado por Isabel dos Santos para comprar a cervejeira e equipamentos de enchimento das garrafas, adquiridas ao fabricante alemão Krones AG.
A Krones AG, questionada na sequência das revelações do "Luanda Leaks", disse aos jornalistas que desconhecia que a Sodiba pertencia a Isabel dos Santos.
No ano passado, as autoridades de Frankfurt iniciaram uma investigação ao banco alemão, uma das principais instituições de financiamento estatais, que foi, entretanto, suspensa por falta de provas, segundo o jornal.
O Süddeutsche Zeitung adianta ainda que Isabel dos Santos afirmou desconhecer o empréstimo do KfW e que a cervejeira não tinha qualquer ligação ao Estado angolano.
A Sodiba é um dos bens arrestados por determinação do Tribunal de Luanda em dezembro de 2019, que inclui também contas bancárias e participações sociais da empresária Isabel dos Santos, do seu marido Sindika Dokolo (falecido no ano passado) e do gestor Mário Leite da Silva.
A ação do Estado angolano contra Isabel dos Santos, no âmbito do processo cível no qual o Estado reclama um crédito superior a mil milhões de dólares (925,7 milhões de euros), deu entrada em 02 de março no Tribunal Provincial de Luanda.
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