Decidido hoje se avança greve contra despedimentos no BCP e Santander
Os sindicatos representativos dos trabalhadores bancários decidem hoje se fazem greve nacional, em protesto contra os despedimentos nos bancos BCP e Santander Totta.
© Lusa
Economia BCP e Santander
A decisão da greve será tomada pelos sete sindicatos representativos dos bancários: Mais Sindicato, SBN - Sindicato dos Trabalhadores do Setor Financeiro, Sindicato dos Bancários do Centro (os três afetos à UGT), SINTAF (ligado à CGTP), Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários, Sindicato de Trabalhadores das Empresas do grupo Caixa Geral de Depósitos e Sindicato Independente da Banca (os três independentes).
A reunião está marcada para as 10:30 em Lisboa.
Já em 13 de julho, os sete sindicatos do setor bancário promoveram frente ao parlamento uma manifestação inédita e deixaram em cima da mesa a possibilidade de uma greve nacional.
Depois de tanto BCP como Santander Totta terem indicado que vão mesmo avançar com despedimentos, hoje a greve será novamente tema de debate e, segundo informações recolhidas pela Lusa, há vários sindicatos favoráveis.
Os principais bancos portugueses estão a reduzir milhares de trabalhadores este ano (depois de o setor bancário ter cortado cerca de 15 mil postos de trabalho entre 2009 e 2020), sendo BCP e Santander Totta os que têm processos mais 'agressivos', incluindo com intenção de despedimentos coletivos.
O BCP anunciou, há duas semanas, que vai avançar para o despedimento de até 100 trabalhadores, depois de ter chegado a acordo com cerca de 800 funcionários para saídas por acordo (reformas antecipadas e rescisões por mútuo acordo).
Já o Santander disse numa nota interna, em 20 de agosto, que não chegou a acordo para a saída de 350 trabalhadores, de um total de 685 inicialmente previstos, e vai agora avançar com um "processo unilateral e formal" a partir de setembro.
Os sindicatos têm acusado os bancos de repressão laboral e de chantagem para com os trabalhadores, considerando que os estão a forçar a aceitar sair por rescisão ou por reforma antecipada. Isto ao mesmo tempo que os bancos têm elevados lucros, acrescentam.
O BCP teve lucros de 12,3 milhões de euros no primeiro semestre (menos 84% do que no mesmo período de 2020) e o Santander Totta 81,4 milhões de euros (menos 52,9%).
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