"É importantíssimo nós estarmos neste produto, mas também na capacitação e no desenvolvimento da oferta de enoturismo em todo o território", defendeu o mesmo responsável, em declarações aos jornalistas, em Monsaraz, no concelho de Reguengos de Monsaraz (Évora).
À margem da 5.ª conferência da Organização Mundial de Turismo sobre Enoturismo, que arrancou hoje naquela vila alentejana, Luís Araújo destacou as "variadíssimas razões" que explicam a importância do enoturismo para o país.
"Primeiro, cobre todo o território nacional, incluindo as ilhas, portanto, cumpre com aquela máxima de que precisamos de turistas em todo o território", além de que "pode ser feito ao longo de todo o ano", porque se pode "provar vinhos desde o verão até ao inverno", indicou.
Mas, sobretudo, destacou, por ser um setor que atrai para Portugal "segmentos de mercado principalmente de longa distância, que ficam durante muito mais tempo e gastam mais".
O enoturismo é, pois, "uma imagem de marca de todo o país", salientou Luís Araújo, dando como exemplo desta abrangência o memorando assinado hoje que formaliza a criação do Conselho Estratégico Nacional para o Enoturismo.
Este conselho estratégico surge no âmbito do Programa de Ação para o Enoturismo, lançado pelo Turismo de Portugal em 2019 e em execução, e junta as estruturas do vinho e as estruturas do turismo nacionais.
Com este passo, alarga-se o "compromisso do enoturismo" contido no programa de ação "a outras entidades públicas e privadas em todo o território nacional", disse Luís Araújo.
O memorando envolve o Turismo de Portugal, ViniPortugal, Instituto do Vinho e da Vinha, Associação de Municípios Portugueses do Vinho, entidades regionais de turismo do Porto, Centro de Portugal, Lisboa, Alentejo e Ribatejo e Algarve e secretarias regionais de turismo da Madeira e dos Açores.
Também a Associação das Rotas dos Vinhos de Portugal e as agências regionais de promoção turística do Porto e Norte de Portugal, Centro de Portugal, Lisboa, Alentejo, Algarve e da Madeira e dos Açores fazem parte da parceria.
Segundo o presidente do Turismo de Portugal, a entidade vai ter "quatro objetivos", um deles "o desenvolvimento da oferta do enoturismo e a capacitação dos empresários do setor público e setor privado de que este é um setor de aposta" em Portugal.
O segundo "tem a ver com toda a componente da formação" específica em enoturismo, área em que "4.000 pessoas" foram formadas "em dois anos", fruto de "mais de 90 ações" realizadas, indicou.
A promoção é o terceiro objetivo de atuação do conselho estratégico, quer através da Internet ou de campanhas, quer mediante a captação "de grandes eventos para Portugal relacionados com o enoturismo", notou.
Luís Araújo assinalou que, quanto à "quarta componente", é "importantíssima" e assenta na "monitorização e quantificação" do setor.
"Esta é uma área que estamos a trabalhar ainda" e "vamos começar a ter resultados já no próximo ano", por exemplo para saber "que tipo de pessoas procuram o enoturismo" e "como, onde e quanto é que gastam", o que vai contribuir para "melhorar a oferta".
A conferência internacional decorre até sexta-feira e é promovida pela Organização Mundial do Turismo (OMT), com o apoio do Turismo de Portugal e da Câmara de Reguengos de Monsaraz.
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