Sampaio: CES lembra "figura de excecional envergadura cívica e política"
O presidente do Conselho Económico e Social (CES) considerou que o antigo Presidente da República Jorge Sampaio, que hoje morreu, foi uma "figura de excecional envergadura cívica e política" que marcou as últimas seis décadas da vida nacional.
© Lusa
Economia Jorge Sampaio
"Em meu nome pessoal e em nome do Conselho Económico e Social manifesto uma profunda consternação pelo desaparecimento do Presidente Jorge Sampaio, figura de excecional envergadura cívica e política que marcou de modo incisivo as últimas seis décadas da nossa vida nacional", disse o presidente do CES, Francisco Assis, numa nota de pesar.
Francisco Assis manifestou "profunda consternação pela morte do Presidente Jorge Sampaio" e lembrou que este era "dotado de uma profunda consciência democrática", tendo despertado precocemente para o combate à ditadura, que ajudou a derrubar.
"Após o 25 de Abril assumiu um forte compromisso com o regime democrático, o que o levou ao desempenho de várias funções públicas de enorme relevo e o conduziu ao exercício da mais alta Magistratura da Nação. O Presidente Jorge Sampaio destacou-se sempre como um homem público exemplar e como tal se impôs à consideração dos portugueses", afirmou.
Para o presidente do CES, Jorge Sampaio tinha "uma absoluta concordância entre o pensamento, o sentimento e a ação", tendo sido "até ao fim fiel aos valores que cultivou desde muito novo: o amor à liberdade, a preocupação com a igualdade e a luta por uma sociedade mais justa e mais fraterna".
"Estas foram as causas da sua vida e nunca renunciou a correr todos os riscos em nome delas", afirmou o socialista Francisco Assis.
Inclinando-se "perante a grandeza deste homem de exceção", Assis apresentou as condolências à família do antigo presidente socialista.
O antigo Presidente da República Jorge Sampaio morreu hoje aos 81 anos, no hospital de Santa Cruz, em Lisboa.
Antes do 25 de Abril de 1974, foi um dos protagonistas da crise académica do princípio dos anos 60, que gerou um longo e generalizado movimento de contestação estudantil ao Estado Novo, tendo, como advogado, defendido presos políticos durante a ditadura.
Jorge Sampaio foi secretário-geral do PS (1989-1992), presidente da Câmara Municipal de Lisboa (1990-1995) e Presidente da República (de 1996 a 2006).
Em 2006 foi nomeado, pelo secretário-geral da Organização das Nações Unidas, enviado especial para a Luta contra a Tuberculose e, entre 2007 e 2013, foi alto representante da ONU para a Aliança das Civilizações.
Atualmente presidia à Plataforma Global para os Estudantes Sírios, fundada por si em 2013 com o objetivo de contribuir para dar resposta à emergência académica que o conflito na Síria criara, deixando milhares de jovens sem acesso à educação.
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