"Os procedimentos de exportação demorados e complexos em vigor desde a saída do Reino Unido da União Europeia limitam seriamente o fornecimento de produtos frescos e refrigerados do Reino Unido para a Europa e continuam a ter impacto na disponibilidade de produtos para os consumidores e na rentabilidade dos nossos negócios em França", avança o grupo em comunicado.
Como resultado, a multinacional de retalho decidiu que a parceria com a SFH, um dos seus dois parceiros em França, "vai terminar, o que resultará no encerramento, até ao final do ano, das suas 11 lojas franquiadas", localizadas principalmente em Paris.
No entanto, as nove lojas Marks & Spencer existentes em França em parceria com a Lagardere Travel Retail - localizadas em aeroportos e estações ferroviárias ou de metro - continuarão abertas e "a funcionar normalmente".
"A Marks & Spencer tem uma longa história de atendimento aos seus clientes em França e esta não é uma decisão que nem nós, nem o nosso parceiro SFH, tenhamos tomado de ânimo leve", afirma o responsável da Marks & Spencer International, Paul Friston.
"No entanto -- acrescenta - nas atuais condições, toda a complexidade de que agora se reveste a cadeia de abastecimento, após a saída do Reino Unido da União Europeia, torna quase impossível que sejamos capazes de servir produtos frescos e refrigerados aos clientes, mantendo os altos padrões de qualidade esperados, o que resulta num impacto contínuo no desempenho do nosso negócio".
Quanto ao 'site' da Marks & Spencer em França, que vende principalmente artigos de vestuário e produtos para o lar, não foi afetado pelos problemas decorrentes do 'brexit', refere o grupo.
A cadeia britânica já havia anunciado em abril a retirada de todos os produtos frescos das suas lojas na República Checa, para se concentrar nos produtos congelados e nos que podem ser armazenados à temperatura ambiente.
O grupo, que há já bastante tempo tem vindo a registar quebras no negócio, anunciou, no final de agosto, um aumento das vendas de produtos alimentares e de vestuário, que interpretou como uma "clara confirmação dos efeitos benéficos" do plano de reestruturação lançado há mais de um ano, na sequência da pandemia.
No âmbito deste plano, a Marks & Spencer encerrou lojas, anunciou a supressão de 7.000 postos de trabalho e apostou nas vendas 'online', de forma a compensar a diminuição de clientes e se adaptar aos novos padrões de consumo.
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