De acordo com a organização, o desempenho da maioria das 20 maiores instituições bancárias europeias, que não inclui nenhum banco português, "excedeu as expectativas no segundo trimestre deste ano", com uma "rentabilidade que recuperou em força face a 2020 e ultrapassou mesmo níveis pré-pandémicos", salientou a agência.
"A banca de retalho e comercial beneficiou da recuperação económica", apesar da manutenção de baixas taxas de juro, indicou a Fitch, apontando níveis de crédito ao consumo e à habitação "saudáveis", condições favoráveis de refinanciamento e um rendimento forte proveniente da gestão de poupanças.
"Os bancos com o modelo de negócios mais diversificado são os quem mais beneficiam da recuperação na Europa, porque são menos sensíveis aos juros baixos", segundo a Fitch.
Paralelamente, a atividade nas bolsas e as avaliações de ativos continuam elevadas, diz a agência, "contribuindo mais para aumentar os ganhos na banca de investimento", geralmente "acima de níveis pré-pandémicos", lê-se na mesma nota.
A agência indicou ainda que a mudança gradual dos depósitos dos clientes para investimentos de longo prazo aumentou as receitas para as instituições, relacionadas com a cobrança de custos de gestão destes produtos, algo que a Fitch espera que continue "no segundo semestre deste ano".
A agência apontou ainda que baixas imparidades e um enfoque na redução de custos estão a ajudar a melhorar os resultados dos bancos, que mantêm ainda rácios fortes de capital.
A Fitch lembra ainda que já foram levantadas as restrições na distribuição de dividendos, mas que os planos neste sentido têm sido "moderados", o que mostra a "prudência da banca face a incertezas que se mantêm a longo prazo".
Para o terceiro trimestre deste ano, a Fitch espera que esta recuperação ainda seja mais forte, com os ganhos da banca a ficarem acima dos valores anteriores à pandemia, mesmo com o fim das moratórias e medidas de apoio à economia.
No dia 15 de setembro, a agência DBRS Morningstar disse que esperava que os bancos europeus apresentem níveis ligeiramente mais elevados de custo de risco e de crédito malparado a partir do quarto trimestre de 2021 e mais notoriamente em 2022.
Numa análise sobre o custo do risco dos bancos na Europa, Maria Rivas, vice-presidente sénior da equipa das Instituições Financeiras DBRS Morningstar explicou que esta subida dos níveis de custo de risco de crédito malparado explica-se pela provável redução das medidas de apoio governamental e de regulamentação a partir do terceiro trimestre de 2021.
No primeiro semestre deste ano face ao mesmo período de 2021, os bancos europeus apresentaram níveis significativamente mais baixos de custo de risco, sustentados por um nível de provisões geralmente mais baixo, referiu a análise da DBRS.
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