"Nós fomos enganados por algumas notícias sobre a inflação no passado, o que nos levou a agir de forma errada, portanto não queremos, definitivamente, cometer o mesmo tipo de erros desta vez", disse o também membro do Conselho de Governadores do BCE.
O também antigo ministro das Finanças português salientou a necessidade de se manterem as "condições favoráveis de financiamento para todos os setores da economia, à medida" que se sai da crise. "Mas ainda não estamos lá", disse.
Este mês, o BCE decidiu abrandar o ritmo de compras no programa de aquisição de ativos implementado devido à pandemia, algo que a presidente do banco central, Christine Lagarde, apelidou de "recalibração".
"Temos de ser muito -- eu diria até mais -- conservadores na forma como atacamos este assunto", alertou Mário Centeno na entrevista de hoje.
O Banco Central Europeu, sediado em Frankfurt, aponta para uma inflação de 2,2% na zona euro no final deste ano, um número que deverá baixar para 1,7% em 2022 e 1,5% em 2023, de acordo com as previsões económicas da instituição.
Mário Centeno referiu que a inflação ainda não está onde o BCE a quer, ou seja, estabilizada nos 2%.
"Já vemos algo nessa frente, mas quando olhamos para o nosso horizonte de projeções, a inflação ainda não está ancorada nos 2%", disse à CNBC o governador do Banco de Portugal.
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