Em setembro de 2020, os fabricantes conseguiram recuperar da situação de confinamento que se verificou no bloco europeu devido à crise sanitária, mas em setembro de 2021 os dados indicam "uma escassez de veículos causada pela falta de semicondutores", refere o comunicado da Associação de Fabricantes Europeus divulgado hoje.
Entre setembro de 2020 e setembro de 2021, os principais mercados registaram baixas significativas: na Alemanha verificou-se uma queda de 25,7%, em Itália 32,7%, França 20,5% e Espanha 15,7%.
Cumulativamente, desde o início de 2021, mais de 7,5 milhões de veículos foram vendidos, mas o valor corresponde a menos 500 mil viaturas vendidas em relação ao mesmo período do ano anterior.
A procura de componentes eletrónicos é muito elevada no setor automóvel, sobretudo para os veículos equipados com complexos sistemas eletrónicos, com sistema ABS para "airbags" e com equipamentos para ajuda no estacionamento.
No contexto de retoma da atividade após o levantamento das restrições sanitárias, os fabricantes encontram-se em situações de concorrência com outras indústrias que necessitam de "chips": computadores ou telefones móveis que captam uma grande parte dos componentes fabricados e que ficam no continente asiático.
Se a escassez "não for resolvida rapidamente, as perspetivas devem ser ainda mais reduzidas" em outubro, disse a British Builders Association na terça-feira.
Esta situação "deve prolongar-se em 2022", especialmente porque "novos surtos da variante delta do covid-19 afetam importantes países produtores na Ásia".
No mês de setembro, apenas o grupo Hyundai-Kia registou subidas nas vendas de veículos.
Mesmo assim, nos primeiros nove meses do ano, os líderes Volkswagen e Stellantis conseguiram manter uma progressão de 8,1% das vendas, para o grupo alemão, e 8,3% para o consórcio franco-italo-americano, depois de valores "catastróficos" em 2020.
Apesar dos valores satisfatórios da Dacia, o grupo Renault registou quedas nas vendas desde o início do ano (-6,5%), assim como a Daimler (-5,6%), Ford (-11,2%) e Nissan (-12,4%).
A BMW-Mini registou um aumento de 10,9%, Toyota 19,8% e Volvo 7,4%.
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