O anúncio foi feito pela presidente do STE, Helena Rodrigues, à saída de uma curta reunião de negociação suplementar com a ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública, Alexandra Leitão, que manteve a proposta de 0,9% de aumentos para o próximo ano, constante na proposta de Orçamento do Estado para 2022 (OE2022).
"A nossa intenção com a negociação suplementar foi de que o Governo apresentasse algo mais do que os 0,9% para atualização salarial anual. Pelos vistos, não há nada de novo, ainda que seja referido que ainda há negociação a fazer em sede de Orçamento do Estado, mas será no parlamento", disse Helena Rodrigues.
A sindicalista disse que pediu audiências aos partidos no parlamento, com o objetivo de alcançar uma resposta em sede parlamentar, mas se nada mudar, irá convocar uma greve para 12 de novembro, como já fizeram as outras duas estruturas sindicais.
"Não é do nosso agrado que a negociação salarial se faça no parlamento, mas é uma porta de saída", afirmou a líder do STE.
"Se não houver nada de novo, teremos de pensar nas formas de luta que estão em cima da mesa das outras estruturas sindicais", sublinhou Helena Rodrigues.
A Frente Comum, da CGTP, convocou esta semana uma greve nacional da função pública, contra a proposta de Orçamento do Estado para 2022 e hoje a Federação de Sindicatos da Administração Pública (Fesap), da UGT, anunciou que vai avançar para uma greve no mesmo dia.
O Governo reuniu-se hoje com as estruturas sindicais da função pública para uma ronda de negociação suplementar, pedida pelos representantes dos trabalhadores, que esperavam avanços em matérias salariais e nas carreiras.
Em 2021, houve aumentos de 20 euros para a remuneração base da função pública, para os 665 euros, para ficar igual ao salário mínimo nacional, e em 10 euros para os salários que se situavam entre os 665 e os 791,91 euros.
Nos últimos 12 anos, apenas em 2020 houve aumentos para todos os trabalhadores da Administração Pública, de 0,3%, em linha com a inflação.
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