A escalada da inflação é algo "temporário" e não é um sinal de uma "situação crónica", considera o economista-chefe do Banco Central Europeu (BCE) Philip Lane. Na semana passada, recorde-se, a presidente do BCE, Christine Lagarde, disse que é provável que a inflação dure mais tempo do que o esperado.
"Falamos de 'inflação, inflação, inflação', mas este período de inflação é muito incomum e temporário, não é um sinal de uma situação crónica. A situação em que nos encontramos agora é muito diferente da dos anos setenta e oitenta", disse Philip Lane, em entrevista ao El País.
Ainda assim, Lane admite que há um "interesse coletivo em observar de perto o que está a acontecer".
Na semana passada, recorde-se, a presidente do BCE disse que a subida da inflação na Europa pode ser "mais longa do que o esperado", mas deve "recuar" em 2022, justificando a continuação das taxas de juro em níveis muito baixos.
Confrontado com a possibilidade de os mercados estarem já a descontar um 'tapering' (redução do programa de compra de ativos), o economista-chefe da instituição disse que "isso está a ser debatido nos EUA ou no Reino Unido, mas não na zona euro".
O presidente da Reserva Federal (Fed), Jerome Powell, reconheceu na semana passada que a perspetiva para a inflação continua muito incerta, o que reduz a capacidade do banco central dos EUA na definição de políticas adequadas.
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