Em conferência de imprensa, na cidade da Praia, para fazer o balanço do ano passado e perspetivar 2022, Miguel Monteiro avançou que todas as operações realizadas permitiram à bolsa cabo-verdiana chegar a finais de 2021 com uma capitalização recorde de cerca de 92 mil milhões de escudos (834 milhões de euros), um aumento de 12,89% face ao registado em finais de 2020.
"Acreditamos que este sucesso em muito se deve à nova política de aproximação dos agentes económicos", explicou, lembrando que entre junho e dezembro de 2021 foram realizados mais de 50 encontros personalizados com os principais agentes económicos do país, mais de 40 ações de formação em educação e literacia financeira.
Ainda em 2021, Miguel Monteiro avançou que a BVC lançou concursos para universitários e jornalistas e esteve presente em diversos eventos nacionais, regionais e internacionais, tudo enquadrado no Plano Estratégico 2021-2025.
A Lusa noticiou há um ano que no terceiro trimestre de 2020 a capitalização bolsista (aproximação do valor de mercado das empresas e títulos) da BVC chegou aos 79.930 milhões de escudos (727 milhões de euros), um crescimento de 4% face ao terceiro trimestre de 2019.
Nessa altura, a capitalização da bolsa de Cabo Verde passou a equivaler a cerca de 41% do Produto Interno Bruto (PIB) do arquipélago, ainda sem considerar o valor do PIB que sofreu o impacto da covid-19.
A capitalização da bolsa cabo-verdiana tem registado valores máximos consecutivos e um crescimento de 12,5% de 2016 a 2019, segundo dados noticiados anteriormente pela Lusa.
Ainda segundo a BVC, em 30 de junho de 2020 estavam admitidos à cotação no mercado de cotações oficiais da bolsa cabo-verdiana um total de 1.860 títulos, 174 dos quais eram títulos do tesouro, seis eram obrigações 'corporate', duas eram obrigações municipais e quatro referentes a ações ordinárias de empresas.
A Bolsa de Valores de Cabo Verde foi criada em maio de 1998 e conta ainda com quatro empresas cotadas, com destaque para o Banco Comercial do Atlântico (BCA, detido pelo grupo Caixa Geral de Depósitos) e para a Caixa Económica, e outras que emitem obrigações.
Os acionistas da Cabo Verde Telecom (CV Telecom), principal operadora de telecomunicações do país, aprovaram em 2018 a entrada da empresa em bolsa, que ainda não se concretizou.
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