No caso do Brasil, o Indicador principal Composto (CLI) medido pela OCDE aponta antecipadamente inflexões no ciclo económico, tendo caiu 90 décimos em dezembro, para 98,59 pontos, o que está longe do patamar de 100 que marca a tendência de longo prazo.
Esse declínio acelerou-se nos últimos tempos (90 centésimos em novembro e dezembro, 86 em outubro e 75 em setembro). O CLI é impulsionado por fatores como carteiras de pedidos, indicadores de confiança, licenças de construção, taxas de juros de longo prazo, registos de carros novos e muito mais, dados compilados para formular projeções cíclicas e antecipar flutuações na atividade económica nos próximos seis a nove meses.
O Brasil destaca-se entre as seis grandes economias emergentes para os quais a OCDE oferece essas estatísticas com uma evolução tão desfavorável.
Os dados do país sul-americano contrastam em particular com os dados da Rússia, cujo indicador vem avançando ao longo de 2021 e atingiu 103,89 pontos em dezembro.
Na China, assim como no Brasil, também há sinais de enfraquecimento do crescimento, mas a tendência é menos acentuada, com queda de 15 centésimos no mês passado para 99,40 pontos.
Segundo a OCDE, a forte recuperação do crescimento após a crise económica relacionada a pandemia de covid-19 em 2020 pode em breve abrandar em várias das principais economias do mundo já que em novembro e dezembro de 2021 os dados sinalizaram a aproximação de um pico de crescimento pós-pandemia e os últimos CLIs sugerem que o pico já passou em várias economias importantes.
O órgão multilateral também frisou num comunicado geral sobre estes indicadores que "as incertezas persistentes da pandemia de covid-19 em andamento, principalmente do impacto da variante Ómicron nos indicadores mensais recentes, podem resultar em flutuações mais altas do que o normal na CLI e seus componentes".
"Como tal, os CLIs devem ser interpretados com cuidado neste momento e sua magnitude deve ser considerada como uma indicação da força do sinal, em vez de uma medida precisa do crescimento previsto da atividade económica", concluiu.
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