"Apesar do forte apoio orçamental e da solidez financeira dos grupos dos casinos, que amorteceram o impacto sobre o emprego e o consumo, o PIB agregado diminuiu 54% em 2020, devido, sobretudo, ao colapso das exportações de serviços, o que evidencia a vulnerabilidade da economia da Região Autónoma de Macau às forças externas que afetam o fluxo de entrada de turistas, como as restrições de viagem relacionadas com a pandemia", lê-se na análise anual do FMI à economia de Macau, feita ao abrigo do Artigo IV.
"Estima-se que a economia tenha crescido 17% em 2021 graças à recuperação parcial do setor do jogo", acrescenta-se no texto, que dá conta de um "crescimento do PIB para 2022 em 15%, decorrente da retoma gradual do turismo estrangeiro e da recuperação da procura interna".
Para 2023, a previsão aponta para uma aceleração do crescimento, para 23% do PIB, "impulsionado pelo aumento do investimento associado à emissão de novas concessões de jogo e por uma maior integração com a Área da Grande Baía de Guangdong, Hong Kong e Macau", e depois abrandando para o ritmo potencial de longo prazo, à volta de 3,5%.
"A crise tornou bastante evidente a dependência excessiva de Macau do setor do jogo; este setor -- o principal motor do crescimento nas duas últimas décadas -- quase cessou com a diminuição acentuada dos fluxos turísticos" decorrentes das medidas de confinamento e combate à propagação da pandemia.
Entre os principais riscos apontados pelo FMI estão "uma nova intensificação da pandemia e um aumento das tensões no setor financeiro", e os analistas recomendam que as autoridades aprofundem os esforços para garantir a diversificação económica no território.
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