"A reunião de hoje com o conselho de administração da AdP terminou sem acordo, como era previsível, porque um aumento de 0,9% não é sequer uma proposta negociável, porque nem sequer garante a reposição do poder de compra dos trabalhadores", disse à agência Lusa Mário Matos, dirigente da Fiequimetal.
Segundo o sindicalista, a administração da AdP vai pedir orientações ao secretário de Estado do Tesouro, que tinha dado indicação à empresa para aplicar a atualização de 0,9%, que foi fixada para a função pública.
"Se a administração quiser aplicar unilateralmente os 0,9% pode aplicar, mas não é uma proposta negocial nem responde às propostas sindicais que foram feitas, de revisão salarial, de aumentos de 90 euros para todos os trabalhadores, nem outras propostas relativas a horários de trabalho, a carreiras, categorias", disse, remetendo o início da negociação propriamente dita para quarta-feira.
Na quinta-feira o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional (STAL) e a Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgicas, Químicas, Elétricas, Farmacêutica, Celulose, Papel, Gráfica, Imprensa, Energia e Minas (FIEQUIMETAL), promoveram uma concentração de trabalhadores do grupo Águas de Portugal junto ao Ministério das Finanças, em Lisboa, para protestar contra a intromissão do Governo no processo negocial em curso e para reivindicar aumentos salariais.
"Os sindicatos não aceitam que o Governo atropele o direito à negociação da contração coletiva nestas empresas, que pertencem ao setor empresarial do Estado, e na reunião de quarta-feira pretendemos começar a negociar com as Águas de Portugal as propostas que já apresentámos o mês passado e que ainda não tiveram resposta", disse Mário Matos.
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