No mesmo período, o volume de negócios da empresa aumentou 15% para 1.596 milhões de euros, segundo a mesma nota, tendo "as vendas de papel representado cerca de 72% do volume de negócios", as de pasta 11%, de 'tissue' (papel de uso doméstico) 9% e as de energia 8%.
"Depois de um ano 2020 marcado pelo forte impacto da pandemia na procura e por uma quebra acentuada de preços, no ano 2021, o grupo registou uma forte entrada de encomendas, atingindo valores historicamente altos no 3.º trimestre e de novo no 4.º trimestre", indicou a Navigator.
A empresa adiantou ainda que atingiu um EBITDA (resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) de 355 milhões de euros, um aumento de 24,2% face a 2020, e um EBITDA/vendas de 22,2% "beneficiando do crescimento de volumes de papel, melhoria de preços de papel, pasta e 'tissue'".
Paralelamente, o volume de vendas de papel totalizou 1.474 mil toneladas (+16%), o de pasta 292 mil toneladas (-26%) e o de 'tissue' 105 mil toneladas (-1%), de acordo com os dados hoje divulgados pela empresa.
No mesmo comunicado, a Navigator referiu que "o valor de investimento de 2021 totalizou 80 milhões de euros", face aos 81 milhões de euros registados em 2020 e que "inclui essencialmente investimentos na modernização de equipamentos, otimização da capacidade de produção, manutenção e ambientais".
"De referir que a execução do plano de investimento durante 2021 foi condicionada pela pandemia, quer pelo atraso no arranque, quer pelos prazos de entrega da generalidade dos fornecedores, que adiaram para 2022 a maior parte do Capex [investimento] lançado em 2021", justificou a companhia.
Por outro lado, "o endividamento líquido reduziu-se em 85 milhões de euros para 595 milhões de euros, depois de a Navigator ter distribuído dividendos de 100 milhões de euros no 1.º semestre, e, em dezembro, ter antecipado a distribuição de lucros de 2021 no montante de 50 milhões de euros".
"A retoma económica que potenciou a recuperação do consumo de papel, conjugada com a melhoria do equilíbrio entre a oferta e a procura nos Estados Unidos, na Europa e na região MENA (Médio Oriente e Norte da África), na sequência da saída de capacidades e conversões já anunciadas, permitiram um bom desempenho da indústria em 2021 e em particular da Navigator", explicou o grupo.
A empresa indicou também que "conseguiu, com o aumento de volumes de UWF [papel fino de impressão e escrita] e aumento transversal de preços, compensar o forte aumento de custos de matérias-primas e dos custos logísticos, que se fez sentir sobretudo no segundo semestre do ano, evidenciando mais uma vez a resiliência e a flexibilidade do seu modelo de negócio".
A Navigator adiantou ainda que conseguiu compensar "o forte aumento de custos variáveis, continuando o esforço iniciado em 2020 de contenção de custos fixos, com o aumento de volume de UWF e a implementação de aumentos de preços, transversal a todos os negócios".
Ao longo de 2021, explicou, "foram realizados sucessivos aumentos de preços a par com otimização expressiva dos 'mixes' de vendas, nomeadamente pelo 'upgrade' do 'mix' de produtos", sendo que "no negócio de UWF o preço médio de venda mensal entre janeiro e dezembro aumentou quase 30%, aumento sem paralelo na história do grupo".
No mesmo comunicado, a empresa indicou que, "tendo em consideração o desempenho da Navigator, o Conselho de Administração irá propor à assembleia geral de acionistas uma distribuição adicional de dividendos às ações em circulação, relativa a 2021, no montante de 0,1406 por ação, correspondente a um valor total de aproximadamente 100 milhões de euros".
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