Não se justificam greves na CGD face a salários e negociações

O presidente executivo da Caixa Geral de Depósitos (CGD) disse hoje que não se justificam greves no banco face aos salários praticados, desde logo quando decorrem negociações com sindicatos.

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Lusa
11/02/2022 18:33 ‧ 11/02/2022 por Lusa

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"O que queremos dizer não é que alguém ganha muito ou pouco. São remunerações adequadas, havendo sempre um ou outro caso pontual. Num banco com estas remunerações não se justifica fazer certo tipo de ações, como greves, quando se está em conciliação [negociação com sindicatos], que não existem noutras instituições onde há trabalhadores com salários baixíssimos, como seja nos têxteis ou no calçado", disse Paulo Macedo na conferência de imprensa de apresentação das contas de 2021.

Segundo o gestor, a administração do banco público não considera que "haja privilégio para trabalhadores da Caixa", mas considerou que quando se discute a CGD "é bom que portugueses saibam" de tudo.

A CGD disse hoje de manhã, em comunicado, que o salário mínimo aos seus trabalhadores dos quadros passou para 1.359 euros (valor bruto), incluindo subsídio de alimentação, com a última atualização salarial (de 0,9%), e que o salário médio na instituição passou para 2.462 euros.

"A CGD aumentou o salário mínimo aos trabalhadores nos quadros para 1.359 euros. Este aumento coloca a remuneração mínima oferecida pelo banco aos seus colaboradores substancialmente acima daquele que é o vencimento médio a nível nacional", segundo um comunicado enviado hoje pelo banco liderado por Paulo Macedo.

Em reação, a Comissão de Trabalhadores (CT) da CGD acusou o banco público de passar uma "imagem fabricada cuja estratégia é a de colocar os trabalhadores da CGD numa posição fragilizada perante a opinião pública, rotulando-os como um universo de trabalhadores privilegiados, com salários acima da média e prémios invejáveis".

A CT disse ainda que "o conceito de salário mínimo não inclui o subsídio de refeição nem qualquer outra verba de expressão pecuniária" e que, "entre 2016 e 2020, os custos com remunerações dos trabalhadores" se reduziram "em 29,3%, tendo a média da remuneração por trabalhador descido 9,02%", enquanto "no mesmo período os custos com remunerações dos órgãos de gestão aumentaram 68,2%".

Em 30 de dezembro, os trabalhadores da CGD estiveram em greve contra a proposta de atualização salarial apresentada na altura pela administração do banco, num protesto convocado pelo Sindicato de Trabalhadores das Empresas do Grupo Caixa Geral de Depósitos (STEC), pois consideravam a então proposta de aumento salarial (cerca de 0,4%) insultuosa e vergonhosa.

A CGD lamentou, então, a greve convocada "em pleno processo de negociação de revisão salarial", garantindo que a tabela de remuneração do banco "é muito superior" à dos concorrentes.

De momento, decorre até 18 de fevereiro greve às horas extraordinárias, também convocado pelo STEC, pelo pagamento de todo o trabalho suplementar e por relógio de ponto eletrónico nas agências.

No final de 2021, a Caixa Portugal tinha 6.177 trabalhadores, menos 67 do que em 2020.

O banco anunciou hoje que obteve lucros de 583 milhões de euros, mais 18,7% do que em 2020.

Leia Também: Lucros da CGD sobem 18,7% para 583 milhões em 2021

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