CGD mantém intenção de manter um dos bancos de Cabo Verde
A CGD retirou o Banco Comercial do Atlântico, o maior de Cabo Verde, de ativos detidos para venda, referindo o presidente que o banco público mantém a intenção de vender um dos dois bancos que tem em Cabo Verde.
© Lusa
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"Não há alteração de vontade da Caixa ou do acionista de vender um dos dois bancos de Cabo Verde, é preciso que haja quem queira comprar e por valor adequado, não estamos disponíveis para vender por qualquer preço", disse Paulo Macedo, em conferência de imprensa hoje.
Paulo Macedo não quis dar mais informações sobre o tema, nomeadamente se houve alguma negociação mais avançada que não foi avante, deixando a divulgação de informação para o Governo, caso este o queira fazer.
"A nossa recomendação está no Governo, se [o executivo] quiser revelar", afirmou.
O presidente executivo da CGD frisou que "não faz nenhum sentido a Caixa ter dois bancos em Cabo Verde", mas que a evolução desse processo "vai depeder do mercado, da procura, das autoridades de Cabo Verde".
O Banco Comercial do Atlântico (BCA), o maior de Cabo Verde, é detido pelo grupo Caixa Geral de Depósitos em mais de 59%.
Através do Banco Interatlântico, que detém igualmente em Cabo Verde, a CGD controla 52,65% do BCA, ao que se soma uma participação própria de 6,76%.
Desde 2019 que a CGD tem em curso o processo de venda da participação no BCA, optando por ficar no mercado cabo-verdiano apenas com o Banco Interatlântico. A venda da participação no BCA, que no total ultrapassa um peso de 59%, estava prevista no plano estratégico da CGD para 2017-2020.
Em 24 de dezembro passado, a Lusa noticiou que o Banco Comercial do Atlântico (BCA) decidiu aplicar 25% dos lucros de 2020 em dividendos aos acionistas, no valor de 2,50 euros por ação. A decisão de pagar dividendos foi tomada em assembleia-geral extraordinária.
O BCA reservou, assim, 25% dos lucros, equivalente a 370.409.544 escudos (3,3 milhões de euros), para distribuição de dividendos do exercício de 2020, no valor de 279,604 escudos (2,52 euros) por ação.
Em 2020, o BCE teve um resultado líquido histórico -- o maior lucro em 28 anos - de 1.482 milhões de escudos (13,4 milhões de euros), um crescimento de 26,7% face aos lucros de 1.170 milhões de escudos (10,6 milhões de euros) em 2019.
O sistema financeiro cabo-verdiano funciona com sete bancos comerciais, mantendo o BCA a liderança, com uma quota de mercado, em novembro de 2020, de 30,4% no crédito concedido e de 33,9% nos depósitos.
A instituição contava no final de 2020 com 34 balcões, distribuídos por todo o arquipélago, com 437 trabalhadores.
O saldo dos depósitos de clientes do BCA atingiu 77.800 milhões de escudos (703,5 milhões de euros) no final de 2020, uma quebra de quase 1% face ao ano anterior, enquanto o total de novos financiamentos concedidos atingiu os 8,39 milhões de escudos (75 milhões de euros), menos 7,3%, como efeito da crise económica provocada pela pandemia.
Globalmente, a carteira de crédito do BCA rondava no final de 2020 os 54.186 milhões de escudos (490 milhões de euros) e o incumprimento diminuiu em cerca de 512 milhões de escudos (4,6 milhões de euros), equivalente a -13,9%, cifrando-se em dezembro do ano passado em 3.171 milhões de escudos (28,6 milhões de euros).
O BCA fechou 2020 com um ativo total de 87.414 milhões de escudos (790,3 milhões de euros), aumentando 0,8% face ao ano anterior, e um passivo que caiu 1,12%, para 79.594 milhões de escudos (719,6 milhões de euros).
O produto bancário do BCA caiu 2% em 2020, para 3.374 milhões de escudos (30,5 milhões de euros).
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