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Wallets digitais têm benefícios mas há "novos riscos ainda por acautelar"

As wallets digitais têm benefícios como a "conveniência" e "segurança", diz à Lusa o sócio da consultora BCG Pedro Pereira, mas admite que "estas soluções inovadoras trazem novos riscos ainda por acautelar".

Wallets digitais têm benefícios mas há "novos riscos ainda por acautelar"
Notícias ao Minuto

09:26 - 21/02/22 por Lusa

Economia BCG

Uma wallet digital, traduzida como carteira digital, é uma aplicação que permite guardar dados do cartão bancário e fazer pagamentos com telemóvel, 'tablet' ou computador, ou seja, uma forma de pagamento digital.

"Cada vez mais, os consumidores e as pequenas empresas demonstram uma preferência por meios de pagamento 'invisíveis' que lhes proporcionem uma experiência 'seamless', sem disrupções, segura e com maior flexibilidade", afirma Pedro Pereira, sócio da Boston Consulting Group (BCG), acrescentando, no entanto, que "estas soluções inovadoras trazem novos riscos ainda por acautelar".

Entre os benefícios da utilização das wallets digitais, o responsável destaca a "conveniência, a segurança, a rapidez e a lealdade".

Em primeiro lugar, refere, "esta solução permite que os consumidores consolidem todos os cartões no telemóvel para maior acessibilidade e organização" e "traz também benefícios ao nível da segurança, uma vez que a informação não está arquivada no dispositivo e é sempre codificada (por exemplo, cada transação tem um código de utilização única para reduzir riscos)".

Tal significa que, em caso de perda ou roubo do dispositivo, "será muito difícil alguém ter acesso à informação dos cartões (não é possível fazer cópias do cartão), ao contrário do que acontece com uma carteira e cartões físicos", acrescenta Pedro Pereira.

"A rapidez surge porque, mesmo que o consumidor não disponha de um cartão com a funcionalidade 'contactless' [sem contacto], pode utilizar a sua 'digital wallet' para usufruir deste tipo de pagamento, que é de rápido acesso e processamento e não requer pin", salienta.

Já a lealdade "advém de algumas carteiras digitais, por forma a aumentarem a atratividade e subsequente adoção, oferecerem pontos 'bónus' por cada transação que depois resultam em descontos nas compras seguintes, ou oferecem 'cash back' no imediato (ao utilizar o Apple Card via Apple Pay, consumidor recupera 2% do valor)", exemplifica.

Apesar disso, "existem também riscos e desafios, nomeadamente de segurança, disponibilidade e compatibilidade", admite.

Esta nova tecnologia, diz, "pode gerar novas vulnerabilidades a nível de fraude e segurança ainda por compreender, tais como ataques com 'malware', interceção de dados quando a ligação Internet não é segura e golpes de 'phising' ['pescar' dados sensíveis do utilizador]".

Pedro Pereira sublinha que as burlas MB Way "aumentaram com a aceleração do digital".

Uma outra adversidade das carteiras digitais é "a indisponibilidade da opção de pagamento 'mobile' em diversas lojas", bem como o facto de haver alguns bancos que "ainda não disponibilizam cartões suportados em 'digital wallets'".

No que respeita à compatibilidade, estas prendem-se com o facto de existirem carteiras digitais que "só são compatíveis" com dispositivos específicos. Por exemplo, o Samsung Pay só funciona com dispositivos Samsung, a Google Play funciona apenas com Android, entre outros.

De acordo com o sócio da BCG, existem "diversas tipologias de 'wallets' que se distinguem de acordo com o seu propósito, sendo relevante destacar as 'open wallets' (onde se inserem a Google Pay e Apple Pay), as 'closed wallets' e as 'crypto wallets'".

No que diz respeito às 'open wallets', estas "permitem a realização de pagamentos em loja e 'online' sem a necessidade de cartões físicos, utilizando apenas um dispositivo eletrónico", explica.

Desde modo, "o processo decorre de forma rápida e simples e existe ainda a segurança de que funciona em qualquer terminal com o símbolo 'contactless' [sem contacto]", acrescenta Pedro Pereira.

"Estas podem ser fornecidas por empresas 'high-tech'" como são exemplo a Apple Pay, PayPal, Google Pay, Samsung Pay, "de telecomunicações (como a Meo Wallet) ou por instituições financeiras (Santander wallet, Millennium Bcp wallet)".

O MB Way, fornecido pela SIBS, "funciona de forma similar a uma 'wallet', permitindo efetuar pagamentos via QR Code, NFC ou via número de telefone, seja 'online' ou no ponto de venda".

Por sua vez, a Google Pay e a Apple Pay "distinguem-se das 'closed wallets', que apenas podem ser utilizadas dentro de um ecossistema pertencente a uma empresa específica, ou seja, os utilizadores só podem transacionar com o emissor e com outros utilizadores da mesma 'wallet'", como são exemplo a Amazon Pay e a Ola Money.

Por último, as 'crypto wallets' "permitem não só guardar palavras-passe de acesso a criptomoedas, mas também enviar, receber e processar pagamentos com criptomoedas, sendo que o número de 'crypto wallets' aumentou 11 vezes desde 2020", refere, dando o exemplo da Coinbase Wallet.

"Apesar de existirem há alguns anos -- a Apple Pay surgiu em 2014 --, as 'digital wallets' ganharam popularidade durante a pandemia com a procura de métodos que reduzissem a transmissibilidade do vírus, nomeadamente entre as gerações mais jovens", explica Pedro Pereira, sendo que também "os pagamentos instantâneos ('near real time') estão a proliferar para compras 'online'".

As criptomoedas, acrescenta, "têm vindo a estabelecer-se como uma forma de pagamento cada vez mais atrativa por não terem intervenção do governo".

No entanto, "ainda apenas cerca de 8% de consumidores europeus adquiriu alguma forma de criptomoedas", remata.

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