Exportações de bens portugueses para Kiev sobem 16,7% em 2021

As exportações de bens portugueses para a Ucrânia subiram 16,7% no ano passado, face a 2020, para 35,9 milhões de euros, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE).

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Lusa
22/02/2022 20:00 ‧ 22/02/2022 por Lusa

Economia

Ucrânia

 

Em igual período, as importações de bens da Ucrânia por Portugal subiram 44% para 296,5 milhões de euros, o que representa um saldo da balança comercial para Lisboa negativo em 260,7 milhões de euros.

No ano passado, a Ucrânia era o 68.º cliente de Portugal e o seu 30.º fornecedor.

Já Portugal era, em 2020, o 43.º cliente da Ucrânia e o seu 62.º fornecedor.

De acordo com os dados, em 2020 havia 374 empresas a exportar para a Ucrânia, um aumento progressivo que se tem vindo a registar desde 2017, quando eram 251.

Nos principais cinco grupos de produtos exportados para Kiev constam as máquinas e aparelhos (com um peso no total de 20,6% em 2021), produtos alimentares (16,3%), madeira e cortiça (16,2%), pastas celulósicas e papel (11,6%) e metais comuns (7,2%).

No ano passado, as exportações de máquinas e aparelhos totalizaram 7,4 milhões de euros, o que representa uma subida de 18,2% face a 2020, e as de produtos alimentares ascenderam a 5,8 milhões de euros, um aumento de 29,5%.

As vendas externas de madeira e cortiça somaram também 5,8 milhões de euros, crescendo, em termos homólogos, 10,4%. As exportações de pastas celulósicas e papel subiram, no período em análise, 60,6% para 4,1 milhões de euros, enquanto as de metais comuns decresceram 24,9% para 2,6 milhões de euros.

Nos cinco principais grupos de produtos comprados por Lisboa a Kiev estão os agrícolas, que representam mais de dois terços das compras (71,3%) no ano passado, seguidos dos metais comuns (18,1%), químicos (3,7%), máquinas e aparelhos (1,5%) e madeira e cortiça (1,3%).

As compras de produtos agrícolas aumentaram 49,6% no ano passado, face a 2020, para 211,3 milhões de euros, as de metais comuns cresceram 12,2% para 53,8 milhões de euros e as importações de químicos somaram 11 milhões de euros (em 2020 o montante era residual).

Em sentido inverso, as importações de máquinas e aparelhos decresceram 1,2% para 4,4 milhões de euros e as de madeira e cortiça recuaram 0,7% para 3,8 milhões de euros.

Numa análise mais detalhada, por exemplo, as exportações de vinhos de uvas frescas, incluídos os vinhos enriquecidos com álcool, cresceram 17,2% no ano passado, face a 2020, para 9,3%, sendo a terceira categoria de produtos mais vendidos a Kiev, depois da cortiça aglomerada e do papel e cartão.

Por sua vez, milho representa mais de metade (51,2%) das compras feitas à Ucrânia, com um total de 151,7 milhões de euros, um aumento de 25,1% face a 2020, seguido de óleos de girassol, de cártamo ou de algodão, que mais do que triplicaram (209,5%) para 32,7 milhões de euros.

As exportações de serviços de Lisboa para Kiev cresceram 117% em 2021 para 43,5 milhões de euros e as importações 56% para 25,1 milhões de euros, o que representa um saldo da balança comercial positivo para Portugal em 18,1 milhões de euros.

Deste modo, as exportações totais (bens e serviços) totalizaram no ano passado cerca de 79,2 milhões de euros (uma subida de 57,3%) e as importações ascenderam a 296,5 milhões de euros (+43,3%), um saldo da balança comercial negativo para Lisboa de 217,3 milhões de euros.

O Presidente russo, Vladimir Putin, anunciou na segunda-feira à noite o reconhecimento da independência das regiões separatistas pró-russas do leste da Ucrânia e o envio de tropas para as mesmas.

A decisão de Putin foi condenada pela generalidade dos países ocidentais, que temiam há meses que a Rússia invadisse novamente a Ucrânia, depois de ter anexado a península ucraniana da Crimeia em 2014.

A União Europeia (UE) já anunciou sanções contra a Rússia na sequência desta decisão.

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