Transformar ecomuseu do Corvo em núcleo museológico é "castrar" o projeto
O presidente da Câmara do Corvo disse hoje querer saber qual o "caminho" que o Governo dos Açores vai dar ao ecomuseu da ilha, considerando que transformar a instituição em núcleo museológico é "castrar" o projeto.
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Economia Corvo
Em declarações à agência Lusa após uma reunião com o Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM), integrada na visita estatutária do executivo à ilha, o autarca José Manuel Silva disse querer "perceber" se aquela instituição vai "tomar o caminho que foi inicialmente pensado".
"Um ecomuseu tem esta definição porque implica muitas outras coisas. Implica a comunidade, implica o território e tudo mais. Nesta altura noto que está a tomar o rumo de núcleo museológico. Não foi isso que foi definido", afirmou.
O socialista defendeu que se "há um sítio em que faz sentido" ter aquela tipologia de museu é no Corvo devido às "vivências e à proximidade" da população da ilha.
"Reduzir, eventualmente, a dois ou três polos de visitação, por muito valor que possam ter e independentemente das coleções, penso que é castrar um pouco aquilo que foi a ideia do projeto que é bastante mais abrangente e mais convidativa quer para as pessoas quer para quem nos visita", advogou.
José Manuel Silva disse que transmitiu ao Governo a necessidade de construir reservatórios de água e de "melhorar" os caminhos agrícolas para "facilitar a vida dos agricultores".
"Os nossos agricultores já não são muitos. Se não criarmos condições, provavelmente, daqui a dias ainda serão menos e daqui a uns anos serão quase nenhuns", apontou.
O presidente do único município da ilha disse estar "preocupado" com a "falta de professores" na escola do Corvo, uma situação que tem vindo a "piorar nos últimos anos".
"Além de já termos pouco professores, recentemente, a semana passada, uma professora foi nomeada para um cargo de dirigente do governo e, portanto, fica ainda a escola com menos um professor nesta altura", destacou.
O Governo Regional, liderado pelo social-democrata José Manuel Bolieiro, iniciou hoje a visita estatutária à ilha do Corvo referente a 2021.
Sobre a visita não se ter realizado no ano respetivo, José Manuel Silva disse "não se querer pronunciar sobre a agenda" do executivo, mas garantiu ter "toda a recetividade" para com o governo.
"O ano não se resume aos últimos meses do ano, resume-se ao ano inteiro. Mas o governo é que gere a sua a agenda e não o tendo feito no passado, fez agora. Para mim, vem fora de tempo, mas cá estou eu para receber e para ouvir", acrescentou.
Em declarações disponibilizadas pelo executivo, José Manuel Bolieiro, após a reunião, realçou que o Governo dos Açores vai realizar duas visitas estatutárias ao Corvo em 2022.
O líder regional afirmou que com o atual governo a "acessibilidade aérea melhorou" e defendeu que a criação da Tarifa Açores (que fixa o preço das viagens inter-ilhas em 60 euros) "aproximou os açorianos da ilha do Corvo".
Bolieiro também considerou a contratação do barco Thor uma "solução inovadora" que garantiu "continuidade de abastecimento" ao Corvo.
Segundo o Estatuto Político-Administrativo dos Açores, o Governo Regional tem de visitar cada uma das ilhas do arquipélago sem departamentos governamentais (seis) pelo menos uma vez por ano, com a obrigação de reunir o Conselho do Governo na ilha visitada.
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