João Pedro Matos Fernandes, ministro português do Ambiente e da Ação Climática, garantiu, esta segunda-feira, que o país não depende do "gasoduto da Rússia" para garantir o seu abastecimento energético.
Em declarações proferidas no final da reunião extraordinária do Conselho de Ministros da Energia, que teve lugar na cidade belga de Bruxelas, o ministro garantiu que as "reservas de gás em Portugal são confortáveis".
Isto porque, apesar da Rússia ser um dos fornecedores de gás natural liquefeito (GNL) de Portugal, no ano passado apenas "10%" do abastecimento deste produto veio desse mesmo país. A expetativa é de que, este ano, a percentagem seja ainda "inferior", garante o governante.
Mesmo que exista um corte no fornecimento energético proveniente da Rússia, Matos Fernandes esclarece que existem "reservas públicas" de "gasóleo, gasolina e crude" suficientes para "90 dias de abastecimento". Desta contabilização ficam de fora, claro está, as reservas das empresas privadas do setor da energia.
Porém, Matos Fernandes alerta que toda esta situação vivida no leste da Europa pode levar a um aumento dos custos do gás, bem como do "preço a que a eletricidade é produzida". Ainda assim, o governante avisa que este impacto sobre o preço da eletricidade não será "imediato".
Mas pelo facto de ter vindo a ser "produzida", em Portugal, "mais eletricidade, a partir do gás, do que tem sido comum nos últimos anos", tem-se registado uma crescente "receita do fundo ambiental", derivada da aplicação da taxa sobre o carbono.
Contas feitas, Matos Fernandes espera que exista uma receita extraordinária de "150 milhões de euros" que deve "servir para reduzir a tarifa de acesso à rede, com ganho para todos os consumidores". Porém, para que tal seja possível, é necessário alterar "dois Decretos-Lei", alerta o ministro.
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