Os ministros da Economia e Finanças da União Europeia (UE) estiveram hoje reunidos, em formato virtual, para debater o conflito entre a Rússia e a Ucrânia e o impacto das medidas adotadas.
"Foi dada nota e é um consenso generalizado de que as sanções estão, nesta fase, a ter um forte impacto na economia russa", afirmou o ministro das Finanças, João Leão, em declarações à Lusa.
Conforme destacou o governante, tudo indica que a Rússia "vai entrar em recessão económica nas próximas semanas".
Verifica-se uma "forte desvalorização" do rublo (moeda local), que caiu 30%, face à semana anterior, enquanto as taxas de juro passaram de 9,5% para 20%.
Por outro lado, o mercado de capitais está fechado há três dias e há uma corrida aos bancos e aos depósitos.
Os ministros querem também encontrar mecanismos para que a Rússia não possa contornar as sanções impostas, por exemplo, ao nível dos criptoativos.
"Em geral, todos os ministros estavam de acordo de que se deve evitar que a Rússia use a Bielorrússia como uma forma de evitar as sanções", acrescentou.
Neste sentido, poderá ser discutida a possibilidade de estender algumas sanções à Bielorrússia.
João Leão avançou ainda que os ministros, de forma unânime, estão abertos a considerar mais sanções a aplicar à Rússia.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar com três frentes na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamentos em várias cidades. As autoridades de Kiev contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças, e, segundo a ONU, os ataques já provocaram mais de 100 mil deslocados e pelo menos 836 mil refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.
O Presidente russo, Vladimir Putin, justificou a "operação militar especial" na Ucrânia com a necessidade de desmilitarizar o país vizinho, afirmando ser a única maneira de a Rússia se defender e garantindo que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional, e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas para isolar ainda mais Moscovo.
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