A dirigente do FMI admitiu inclusive que um incumprimento por parte da Federação Russa deixou de ser "um acontecimento improvável".
O FMI e o Banco Mundial vão realizar as suas reuniões da primavera, de forma virtual, na semana de 18 de abril.
"De forma resumida, temos um impacto trágico da guerra na Ucrânia. Temos uma contração importante na Federação Russa e um impacto provável nas perspetivas da economia internacional", declarou durante uma mesa-redonda com jornalistas.
"No próximo mês, vamos rever em baixa as nossas projeções de crescimento (da economia) mundial", acrescentou.
Apesar de a economia mundial ainda não ter recuperado da pandemia do novo coronavirus, "uma crise diferente das outras", está a atravessar "um terreno ainda mais chocante", realçou Georgieva.
"O impensável ocorreu. Temos uma guerra na Europa", disse.
Sobre o impacto na Federação Russa, a dirigente do FMI sublinhou que as sanções pelos países aliados, "sem precedente", conducentes a "uma contração brutal da economia russa e a uma profunda recessão".
Entre os efeitos esperados, detalhou, estão a desvalorização massiva da moeda, que faz disparar a inflação, e a subsequente baixa do poder de compra e do nível de vida de grande maioria da população russa.
Georgieva disse também que um incumprimento da Federação Russa "não é um acontecimento improvável", salientando que o problema não era a disponibilidade de dinheiro, mas a incapacidade de o usar, desde que Moscovo foi cortado do sistema financeiro internacional.
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