A União Europeia (UE) e os EUA chegaram a acordo para o fornecimento de 15 mil milhões de metros cúbicos de gás natural liquefeito (GNL) ainda este ano aos Estados-membros. O anúncio foi feito pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e pelo presidente dos EUA, Joe Biden, esta sexta-feira.
"Obrigada por apoiar a segurança energética da Europa e a independência da Rússia. O compromisso de nos fornecer 15 bcm adicionais de GNL este ano é um grande passo nessa direção", escreveu a presidente da Comissão Europeia na rede social Twitter.
Os 15 mil milhões de metros cúbicos de GNL suplementares serão fornecidos ainda este ano, comprometendo-se Biden a aumentar o fornecimento dos EUA "para 50 mil milhões de metros cúbicos de gás anualmente até 2030", à medida que a dependência da UE da energia russa for sendo reduzida.
Numa declaração conjunta com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o líder dos EUA acrescentou ter como objetivo "ajudar a Europa a reduzir a sua dependência energética da Rússia", na sequência da invasão da Ucrânia por aquele país.
Para alcançar este objetivo, referiu ainda Biden, "a Comissão Europeia irá trabalhar com os Estados-membros no reforço da capacidade de armazenamento no continente, na construção de mais infraestruturas para receber GNL e no aumento da eficiência do gás".
Por seu lado, von der Leyen sublinhou que a parceria hoje estabelecida com os EUA foca-se ainda, para além da segurança energética, "na construção de um futuro mais verde".
A líder do executivo comunitário referiu ainda, no dia em que Joe Biden termina a sua visita a Bruxelas que a participação do presidente dos EUA nas cimeiras da NATO, do G7 e ainda no Conselho Europeu, "envia uma mensagem poderosa ao mundo: a parceria transatlântica está mais forte, mais pertinente e mais unida do que nunca".
Este acordo de fornecimento de GNL pelos EUA surge no contexto da invasão da Ucrânia pela Rússia, um conflito que afeta o mercado energético europeu, dado que a UE importa 90% do gás que consome, sendo a Rússia responsável por cerca de 45% dessas importações em níveis variáveis entre os Estados-membros.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou, entre a população civil, pelo menos 1.035 mortos, incluindo 90 crianças, e 1.650 feridos, dos quais 118 são menores, e provocou a fuga de mais 10 milhões de pessoas, entre as quais 3,70 milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
Thank you for supporting Europe’s energy security and independence from Russia.
— Ursula von der Leyen (@vonderleyen) March 25, 2022
Your commitment to provide us with an additional 15 bcm of LNG this year is a big step in this direction.
Europe will work to ensure stable demand for additional 🇺🇸 LNG until at least 2030.
[Notícia atualizada às 10h07]
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