"A Tejo Energia [Tejo Energia, Produção e Distribuição de Energia Eléctrica, S.A.] está convicta de que o melhor projeto que se apresentou a concurso não venceu, pelo que não pode estar de acordo com a decisão anunciada", realçou a empresa em comunicado.
De acordo com a empresa que geria a Central Termoeléctrica do Pego, havia sido apresentado o "único" projeto que "permitiria dar uma resposta célere às necessidades prementes de energia do país", podendo "oferecer já este ano potência firme [...] ao sistema".
"Recorde-se que a Tejo Energia apresentou um projeto que assenta numa solução integrada, que passa pela conversão da Central do Pego, flexível, com várias componentes, a introduzir faseadamente, nomeadamente, utilização sustentável de biomassa de origem residual para produção de eletricidade renovável firme (245 MW), energia eólica (159 MW) e energia solar (350 MWp)", sustentou.
Para a Tejo Energia, o projeto apresentado "possibilitaria ainda começar a injetar eletricidade de origem renovável no Sistema Elétrico Nacional (SEN), reduzindo as necessidades de importação de energia e de combustíveis fósseis para produção elétrica, numa altura em que Portugal enfrenta uma seca extrema e preços crescentes de energia por causa do conflito russo-ucraniano".
O projeto da Empresa também "previa a capacidade de armazenagem de várias semanas de energia, o que se verifica ser crucial para a segurança de abastecimento".
"O projeto apresentado pela Tejo Energia, tecnologicamente inovador, assumia, igualmente, um contributo decisivo do ponto de vista da economia florestal da região, assim como no que diz respeito à prevenção de incêndios florestais, bem como permitiria a manutenção dos postos de emprego na Central do Pego", é acrescentado.
A Tejo Energia, que ficou em segundo lugar no concurso, disse ainda manter "o seu entendimento de que o lançamento deste procedimento não respeitou os direitos que a empresa detém sobre o ponto de injeção" na Rede Elétrica de Serviço Público (RESP).
A Endesa, que venceu o concurso para o ponto de ligação à rede elétrica da central do Pego, em Abrantes, apresentou um projeto avaliado em 600 milhões de euros e promete a "reciclagem profissional" de mais de 2.000 pessoas.
Num comunicado, a elétrica adiantou que "através da sua filial Endesa Generación Portugal, venceu hoje o concurso de transição justa do Pego, em Portugal, com um projeto que combina a hibridização de fontes renováveis e o seu armazenamento naquela que será a maior bateria da Europa, com iniciativas de desenvolvimento social e económico".
Na mesma nota, a Endesa detalhou que "recebeu um direito de ligação à Rede Elétrica de Serviço Público (RESP) de 224 MVA [MegavoltAmpere] para instalar 365 MWp [megawatts-pico] de energia solar, 264 MW de energia eólica com armazenamento integrado de 168,6 MW e um eletrolisador de 500 kW [quilowatts] para a produção de hidrogénio verde".
De acordo com a Endesa, "a hibridização destas tecnologias permitirá otimizar a produção e obter um elevado fator de carga, colocando Portugal na vanguarda da Europa relativamente ao desenvolvimento e utilização destas energias".
O grupo destacou que "além do desenvolvimento de fontes de energias renováveis", apresentou "um plano no qual envolveu todos os agentes locais", ou seja, "partindo do estudo e da análise das suas necessidades elaborou um plano específico para o crescimento económico e social da região que inclui a criação de 75 postos de trabalho, 12.000 horas de formação e o apoio às PME para que integrem os seus projetos na região, criando novas oportunidades de crescimento e riqueza para a Região de Abrantes".
A Endesa detalhou que o seu projeto "representa um investimento total de 600 milhões de euros, não estando sujeito a ajuda externa por se tratar de uma iniciativa economicamente sustentável", sendo que se destina "à construção de nova capacidade solar (365 MWp) e eólica (264 MW) num regime de hibridização apoiado por um sistema de armazenamento com baterias com uma capacidade total de 168,6 MW".
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