Multinacional Ricoh quer faturar 100 milhões em Portugal até 2026
A multinacional japonesa Ricoh prevê aumentar a faturação em Portugal dos 30 milhões de euros de 2021 para 50 milhões este ano e atingir os 100 milhões em 2026, impulsionada pela recente aquisição da portuguesa Pamafe.
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Economia Ramón Martín
"Estabelecemos o objetivo de duplicar a faturação em quatro anos, de 50 para 100 milhões de euros em 2026", afirmou o presidente executivo (CEO) da Ricoh Portugal, Ramón Martín, em declarações à agência Lusa à margem de uma conferência de imprensa no Porto.
A nível ibérico, a faturação da Ricoh ronda os 300 milhões de euros, enquanto o volume de negócios global da multinacional ultrapassa os 17.000 milhões de euros.
Segundo Ramón Martin, desde há alguns anos que a estratégia de crescimento da Ricoh tem assentado na aquisição de empresas especializadas em serviços e soluções digitais, no âmbito do novo modelo de negócio focado na expansão da sua atividade central dos serviços de impressão, atualmente muito condicionada pela digitalização.
"Temos uma enorme capacidade de acrescentar valor aos clientes fora da área da impressão", salientou.
Neste âmbito, em Portugal a Ricoh adquiriu, em 2019, a empresa de tecnologias da informação TotalStor e, em janeiro deste ano, comprou a portuense Pamafe, uma empresa de serviços digitais com experiência em 'managed services', soluções 'cloud' e cibersegurança.
"Estamos a comprar empresas não só em Portugal, mas em toda a Europa. Este ano efetuámos compras na Polónia e noutros países. Sei que na América Latina também estamos a comprar empresas", salientou Ramón Martin, acrescentando: "O que antes investíamos em fábricas e em produto próprio, hoje estamos a investir em criar capacidade, através de aquisições, para poder impulsionar este salto ao nível dos serviços digitais em cada um dos países onde estamos".
Na opinião do CEO, "investir em Portugal não é fácil", já que "o tamanho do mercado nem sempre justifica um investimento, quando comparado com outros países, como França, onde um mesmo investimento pode ter muito mais replicação".
Ainda assim, Ramón Martin está convicto do potencial do mercado português, destacando o "muito profissionalismo e elevados níveis de rigor" que apresenta e considerando que, "no futuro, pode ser um 'hub' de investimento na Europa para as novas tecnologias".
"Dirijo Portugal há cinco anos e estou certo do potencial que tem Portugal, não só nos setores mais tradicionais onde estamos, como a impressão ou a videoconferência, como nos novos serviços digitais", disse.
Com a recente aquisição da Pamafe, a Ricoh Portugal estreou-se numa nova área de negócio -- a cibersegurança -- que, a par da migração para a 'cloud' e da a hiperautomatização de processos, é uma terceira área de desenvolvimento do negócio em que pretende apostar.
"Com a Pamafe, passámos a ser 150 pessoas a trabalhar em Portugal em todo o grupo Ricoh e cobriremos áreas de negócio em muito desenvolvimento, como a 'cloud' e a cibersegurança, e teremos uma plataforma para, quem sabe, desenvolver outros negócios que em Espanha já temos lançados, como a hiperautomatização ou a experiência digital", avançou Ramón Martin.
No caso da cibersegurança, o CEO destaca o grande potencial de crescimento detetado, "especialmente no setor público".
"Não sou capaz de estimar, do crescimento que prevemos, quanto vai ser no segmento da cibersegurança, mas penso que será muito grande. Especialmente no setor público, tem sido crescente a procura ao nível dos serviços de cibersegurança, porque há muitíssimos mais ataques de 'ransomware', o que obriga as empresas a tomar medidas imediatas", disse à Lusa.
Assim, se atualmente "o negócio recorrente da Pamafe está muito baseado nos serviços de 'data centre' e 'cloud' que presta aos cerca de 500 clientes", sendo "a componente de cibersegurança ainda relativamente pequena", os planos são de a fazer disparar "a médio prazo, nos próximos um a dois anos", em que "muitas empresas vão ter a necessidade de abordar a cibersegurança".
"Prevemos um grande crescimento do negócio da cibersegurança", enfatizou Ramón Martín.
Com escritórios centrais em Tóquio, o grupo Ricoh opera em 200 países e regiões, tendo iniciado atividade em Portugal e Espanha há mais de 30 anos.
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