Ministra da Defesa defende 2% do PIB para investimentos militares
A ministra da Defesa reafirmou hoje em Santa Margarida o objetivo do Governo em alcançar de forma progressiva os 2% do PIB em investimentos no setor que tutela, tendo destacado como prioritários os investimentos na modernização e os compromissos com a NATO.
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"Vamos procurar modernizar, naturalmente, é um dos grandes objetivos do programa do Governo, é explícito, e vamos fazê-lo progressivamente", disse Helena Carreiras, realçando que "não se trata de um 'sprint'", antes de "uma corrida de fundo".
"E vou empenhar-me para que isso aconteça. As nossas Forças Armadas merecem ter esse reconhecimento, quer do ponto de vista do apoio às pessoas, às condições de serviço dos militares, mas também dos recursos materiais que hoje tive oportunidade de ver aqui, uma demonstração magnífica das capacidades do nosso exército", afirmou.
A governante falava aos jornalistas no Campo Militar de Santa Margarida, em Constância (Santarém), onde se reuniu com as chefias militares e assistiu a uma demonstração de capacidades do Exército português, num exercício de fogos reais e que envolveu armamento ligeiro, médio e pesado, como metralhadoras, tanques e mísseis, entre outros equipamentos, tendo feito notar a importância da cooperação para alcançar os objetivos delineados.
"Vim, aliás, ouvir os militares, ouvir o Exército português, saber das suas expectativas, da motivação dos militares, dos problemas, para podermos prosseguir a trabalhar em conjunto. Pude também observar as suas capacidades e, sim, é um grande objetivo fazê-lo durante os próximos anos", reiterou Helena Carreiras, ladeada pelo secretário de Estado da Defesa Nacional, Marco Capitão Ferreira.
Questionada sobre as verbas previstas no Orçamento de Estado para 2022 são suficientes para alcançar os objetivos da modernização das Forças Armadas, a governante reiterou que "esse é um caminho" que o país tem de fazer, "não no imediato, apenas, mas durante os próximos anos", tendo apontado à meta dos 2% do Produto Interno Bruto (PIB).
"Como digo, creio que não se trata de um 'sprint', é uma corrida de fundo, e estarei cá para apoiar o trabalho que tenha de ser realizado de forma muito cooperativa, naturalmente no quadro do Governo para assegurar essa modernização", reiterou.
Relativamente aos compromissos internacionais e ao apelo da NATO para que os seus membros disponibilizem 2% do PIB, a governante assumiu que esse é um compromisso do governo.
"Esse é o caminho, é o compromisso que já foi assumido pelo senhor primeiro-ministro, e o meu antecessor sublinhou também a necessidade de reforçarmos e avançarmos nesse sentido", vincou, tendo destacado uma norma inscrita no orçamento no âmbito da NATO.
"Neste orçamento há uma norma que gostaria de reforçar, é que, sendo apesar de tudo um orçamento para menos tempo, está inscrita a norma de assegurar o compromisso que temos nestas missões de reforço da Aliança Atlântica no flanco Leste. Isso é muito importante porque de facto é aquilo que garante a vontade e a disponibilidade do Governo para honrar esses mesmo compromissos e isso está inscrito neste orçamento", sublinhou.
Questionada sobre a guerra na Ucrânia e se Forças Armadas Portuguesas estarão disponíveis para servir na defesa das fronteiras dos aliados da NATO, Helena Carreiras reiterou os compromissos assumidos e a disponibilidade para as solicitações a cada momento.
"Nós fazemos parte de alianças militares, temos compromissos assumidos no quadro da União Europeia e da NATO e honraremos esses compromissos, como estamos, aliás, a fazer, desde já na Roménia, e estamos disponíveis para aquilo que sejam as solicitações que venham dos nossos aliados", afirmou a governante, afirmando ter ficado "impressionada" com o exercício de demonstração de capacidades dos militares portugueses a que assistiu.
"Fiquei naturalmente impressionada e repito o que disse aos militares quando terminaram a demonstração, que me senti segura, que confio nestes militares, confio naquilo que são as suas capacidades, que têm demonstrado múltiplas vezes em que estão em missões no estrangeiro, mas também em território nacional, como durante a pandemia de covid", disse.
Questionada sobre o facto de assumir o cargo de ministra da Defesa numa altura complexa em termos internacionais, Helena Carreiras disse ser um momento de defesa e afirmação de valores e de um modo de vida.
"Este é um momento realmente muito particular, mas o que sinto é que estamos todos a ter de enfrentá-lo nas nossas múltiplas posições. Portanto, enquanto ministra, o que posso dizer é que farei o que estiver ao meu alcance, no quadro do Governo, em colaboração com todas as entidades que participam na defesa de Portugal, para que possamos nós também participar deste esforço que a guerra na Ucrânia revela, que é o esforço da defesa, não apenas do nosso território, mas também dos nossos valores e do nosso modo de vida", concluiu.
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