"No primeiro semestre de 2021, registaram-se 200.000 operações fraudulentas, com 14 milhões de euros de valor de fraude", indicou a diretora do departamento de sistemas de pagamento do BdP, Maria Tereza Cavaco.
Segundo os dados avançados por esta responsável, numa conferência do supervisor financeiro, que decorre em Lisboa, o valor médio de fraude situou-se em 66 euros, no período em análise.
O BdP notou ainda que cerca de 260 em cada milhão de pagamentos com cartão são fraudulentos, enquanto no caso das transferências três em cada milhão correspondem a uma fraude.
No que se refere ao débito direto, duas operações em cada milhão são fraudulentas.
Cerca de 76% das perdas por fraude foram suportadas pelos prestadores de serviços e 13% pelos próprios utilizadores.
Os instrumentos de pagamento eletrónico apresentaram níveis de fraude "muito reduzidos" no primeiro semestre de 2021, destacando-se as operações com cartões na ótica da entidade emitente, com 0,03% em quantidade e valor, revelou o BdP.
"No primeiro semestre de 2021, a utilização dos diferentes instrumentos de pagamento eletrónicos em Portugal manteve-se com níveis de fraude muito reduzidos", lê-se no relatório dos sistemas de pagamentos 2021, divulgado esta sexta-feira.
Destacam-se, neste período, as operações com cartões na ótica do emitente, com um aumento de 0,03% em quantidade e valor.
Contudo, o valor médio por fraude, que se fixou em 54 euros, foi o mais baixo.
As transferências a crédito, por seu turno, apresentaram 2.647 euros de valor médio por transação fraudulenta, "mas apenas três em cada milhão de transferências foram fraudulentas".
O valor médio de fraude por débito direto situou-se nos 1.511 euros, acima do valor médio de 150 euros por operação, "em resultado de um pequeno número de fraudes por montante mais elevado".
Na mesma sessão, o diretor do departamento de supervisão prudencial do BdP adiantou que o aumento estimado do investimento da banca em serviços 'cloud' ronda os 50%.
Luis Costa Ferreira referiu que a aposta na digitalização, segurança e tecnologias de informação por parte do setor bancário tem consequências diretas ao nível dos gastos do sistema, representando 20% do total dos custos.
Mais de 10% dos recursos humanos das instituições bancárias já estão ligados a estas temáticas.
Segundo os últimos dados do supervisor financeiro, 22% das instituições, em Portugal, reportaram incidentes de cibersegurança, o que levou a que os serviços críticos tivessem estado inoperacionais durante aproximadamente 40 horas.
O diretor do departamento de supervisão prudencial do BdP apontou ainda que se verificam 27 sistemas críticos em fim de vida por instituição bancária em Portugal, um número abaixo da média europeia de 300 sistemas.
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