"A poucos dias do início da conferência dos Oceanos das Nações Unidas, em Lisboa, estamos a investir num projeto de negócio sustentável, promissor e verdadeiramente inovador que está totalmente alinhado com as nossas prioridades de responsabilidade corporativa", afirma Pedro Soares dos Santos, presidente do Conselho de Administração e administrador executivo da Jerónimo Martins, citado em comunicado.
O projeto da Andfjord Salmon "está focado no uso eficiente da tecnologia para produzir salmão -- um produto estratégico para o nosso negócio -- com menos impacto nos recursos naturais, contribuindo para a conservação e o uso sustentável do oceano, do mar e dos recursos marinhos", prossegue o gestor, destacando o contexto "desafiante" tanto de alta pressão sobre os 'stocks' marinhos como de segurança alimentar.
"Acreditamos que investir nesta produção inovadora e sustentável irá também funcionar para nós como um acelerador da nossa curva de aprendizagem no que diz respeito às melhores práticas de aquacultura", remata Pedro Soares dos Santos.
Este investimento foi realizado através da subsidiária Jerónimo Martins Agro-Alimentar, S.A.
Com esta operação, a Jerónimo Martins torna-se, com 10,1% das ações da empresa, um dos "maiores acionistas da Andfjord Salmon, situada na ilha de Andøya no Arquipélago Ártico de Vesterålen", na Noruega.
"Estamos muito satisfeitos por atrair um investidor de uma indústria tão relevante para Andfjord Salmon. Consideramos uma vantagem ter um acionista que possuiu uma vasta competência em matéria de retalho alimentar internacional, 'marketing', logística e distribuição", afirma, por sua vez, Martin Rasmussen, presidente executivo da Andfjord Salmon, citado no comunicado.
E acrescenta: "Esperamos vir a conseguir beneficiar deste conhecimento quando estivermos prontos para comercializar o nosso salmão".
A Andfjord Salmon tem "a ambição" de desenvolver as instalações de aquacultura em terra mais sustentáveis e 'fish-friendly' do mundo.
"O sistema aberto de circulação da água ('flow through') utilizado pela empresa é fundamental para recriar, em terra, o habitat natural e assim produzir salmão com um consumo de energia muito baixo e com a menor pegada carbónica possível", lê-se no comunicado.
O perfil de "sustentabilidade da Andfjord Salmon foi um fator importante para o grupo Jerónimo Martins, que investe muito em produção e distribuição sustentáveis, decidir investir na empresa", explica a dona do Pingo Doce, Biedronka e Ara, entre outras insígnias.
"A abordagem do grupo Jerónimo Martins à produção alimentar e às operações sustentáveis é bastante impressionante. Estamos orgulhosos que o grupo tenha identificado a abordagem da Andfjord Salmon à aquacultura sustentável como adequada ao seu próprio portefólio agroalimentar", acrescenta Martin Rasmussen.
No âmbito do acordo, a Andfjord Salmon vai emitir e a Jerónimo Martins Agro-Alimentar vai subscrever 4.144.932 novas ações da Andfjord Salmon, o que corresponde a um encaixe equivalente a 16,8 milhões de euros.
A Andfjord Salmon planeia colocar "os juvenis ('smolt') na sua primeira piscina em Kvalnes, Andøya, no final do corrente mês de junho" e os trabalhos de construção das próximas piscinas (fase 2) em Kvalnes estão a avançar.
A empresa tem uma licença para produzir, em Kvalnes, 10.000 toneladas de salmão MAB (máxima biomassa permitida no sistema de produção), o que corresponde a um objetivo de volume de produção anual de 19.000 toneladas HOG (peixe eviscerado).
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