Trabalhadores da Altice em greve em 21 de julho em defesa de aumentos
Os trabalhadores da Altice vão fazer uma greve no dia 21 de julho em defesa de aumentos intercalares de 50 euros e dos seus Planos de Saúde, foi hoje anunciado pelos sindicatos envolvidos.
© Lusa
Economia Altice
Depois de terem realizado plenários por todo o país, os cinco sindicatos que integram a Frente Sindical da Altice, o SINTTAV, SNTCT, STT, FE e o SINQUADROS, concluiram que os trabalhadores estavam "completamente mobilizados para participar em formas de luta".
"Os trabalhadores não aceitam as alterações aos seus Planos de Saúde e não abdicam de aumentos intercalares porque os 15 euros que foram aplicados em janeiro não chegam minimamente para fazer face à inflação", disse António Moura, dirigente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisual (Sinttav), à agência Lusa.
Segundo o sindicalista, os 50 euros reivindicados para vigorarem a partir de julho apenas cobrem os efeitos da inflação relativamente ao salário mais baixo da empresa, que é de 760 euros.
A Frente Sindical reivindica que o aumento intercalar a 01 de julho deve incluir também o aumento do salário mais baixo da empresa para os 835 euros.
No dia 21 de junho os trabalhadores das empresas da Altice Portugal vão também manifestar o seu descontentamento com uma concentração em Lisboa, frente ao edifício das Picoas.
Relativamente aos Planos de Saúde, o objetivo das ações de luta é "travar as propostas de alterações para pior nos Planos de Saúde da Altice" e "exigir o alargamento do Plano Clássico a todos os trabalhadores do Grupo Altice, como forma de o manter sustentável".
Segundo a Frente Sindical, em fevereiro deste ano, a administração da Altice "anunciou às ORT's um brutal e violento ataque ao que resta do Sistema de Cuidados de Saúde negociado em 1994 após a constituição da PT".
A Frente sindical lembrou, numa nota de imprensa, que o sistema de saúde da Altice "é solidário e comparticipado pelos Beneficiários, que pagam uma quota de 1,8% dos seus proveitos mensais" e a administração da empresa "pretende aumentar para 2,1% a quota dos beneficiários que não estão no ativo e que pela idade mais precisam de cuidados de saúde".
António Moura explicou à Lusa que a data da greve do próximo mês foi escolhida para coincidir com os aniversários das greves de 2017 contra a Transmissão de Estabelecimento e contra o Despedimento Coletivo de julho de 2021.
Segundo o sindicalista, desde a transmissão de estabelecimento em 2015, em que a MEO passou para a Altice, foram destruídos mais de 6.000 postos de trabalho.
Atualmente a empresa tem 5.200 trabalhadores.
De acordo com a Frente Sindical, "a situação laboral na atual MEO (anterior PT) e nas restantes empresas da Altice Portugal, tem sido de terror laboral nestes sete anos que decorreram desde a compra da PT pelo Grupo Altice".
Os sindicatos queixam-se de que o "Diálogo Social deixou de existir" e "os ataques aos direitos dos trabalhadores começaram a ser praticados através das medidas sequenciais".
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