"Caos" nos serviços da AT é resultado de "gestão incapaz"

O Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos (STI) considerou hoje que o "caos" nos serviços da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) não se deve apenas a uma atualização informática, mas à falta de recursos devido a uma gestão incapaz.

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Lusa
07/07/2022 20:13 ‧ 07/07/2022 por Lusa

Economia

Autoridade Tributária

Num comunicado hoje divulgado, o STI defendeu que o problema não se prende apenas com a nova página informática da AT, que classificou como um "esbanjamento de recursos humanos e financeiros", que em nada contribui para um melhor serviço.

Segundo a estrutura sindical, o "caos" reflete a "desordem" em que já se encontravam os serviços da AT, que estão "sem funcionários, com equipamentos obsoletos, com trabalhadores especialistas em fiscalidade a fazerem de porteiros e a atenderem telefones".

O problema verifica-se também na inspeção tributária e aduaneira, condicionada pela entrada em vigor das novas aplicações do SIIIT e SIIIA, "que continuam a impedir os inspetores de desenvolverem o seu trabalho devidamente".

Para o STI, isto evidencia uma "gestão incapaz", que não tem em conta a "dramática escassez de recursos", pondo em causa a imagem da organização e a produtividade.

"Investe-se em mecanismos que burocratizam ainda mais o trabalho e não se investe na verdadeira reorganização dos serviços, na renovação do parque informático, na simplificação dos procedimentos, nem no combate à fraude e à evasão fiscal", sublinhou.

Neste sentido, a direção nacional do STI divulgou uma minuta de escusa de responsabilidade aos trabalhadores, que serve como "alerta" aos responsáveis da AT para os problemas que ocorrem nos serviços.

Na quarta-feira, a AT reconheceu que houve "constrangimentos temporários" nos últimos dias nos serviços de finanças devido a uma atualização do sistema informático, mas garantiu que os problemas "estão na sua maioria superados".

O STI já tinha denunciado na segunda-feira que os serviços de finanças estavam a viver "um verdadeiro caos" devido à entrada em vigor de uma nova página informática, numa altura de pressão dos serviços devido à falta de pessoal, conjugada com as férias de funcionários.

Em resposta à Lusa, fonte oficial da AT explicou que foi implementada uma nova versão do sistema informático de trabalho ('backoffice') "para acompanhar as melhores práticas quanto à proteção de dados".

"Em face desta atualização, conjugada com outras migrações tecnológicas, houve constrangimentos temporários no acesso e na utilização de algumas daquelas aplicações internas por parte dos trabalhadores da AT, que estão na sua esmagadora maioria superados", garantiu a mesma fonte.

Leia Também: CGTP exige medidas que "ponham fim à especulação dos preços"

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