Bolsas europeias em baixa à espera do aumento das taxas do BCE em 11 anos

As principais bolsas europeias negociavam hoje em baixa, pendentes da reunião do Banco Central Europeu (BCE) na qual subirá hoje as taxas de juro pela primeira vez em 11 anos e à espera de conhecer o novo instrumento de antifragmentação.

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Lusa
21/07/2022 09:41 ‧ 21/07/2022 por Lusa

Economia

Mercado

Cerca das 08h55 em Lisboa, o EuroStoxx 600 descia 0,27% para 421,39 pontos.

As bolsas de Londres, Paris e Frankfurt recuavam 0,26%, 0,16% e 0,31%, enquanto a de Madrid desvalorizava-se 0,35%.

Atingida pela crise política em Itália, numa altura em que o primeiro-ministro, Mario Draghi, deverá pedir a demissão, por ter perdido a maioria para governar e onde se deverão realizar eleições em setembro ou outubro, a bolsa de Milão estava a cair 1,86%.

Depois de abrir em baixa, a Bolsa de Lisboa mantinha a tendência, estando cerca das 08:55 o principal índice, o PSI, a subir 0,94% para 5.884,47 pontos.

Na reunião de política monetária de hoje, o BCE poderá debater uma subida de 0,50 pontos percentuais das taxas de juro, em vez de 0,25 pontos percentuais como antecipado, e deverá anunciar os moldes de funcionamento do novo instrumento de antifragmentação, um novo mecanismo para limitar a subida dos juros das dívidas soberanas da zona euro.

Para travar a subida da inflação na zona euro, o BCE anunciou em junho que irá aumentar de novo as taxas de juro em setembro.

Entretanto, o fornecimento de gás da Rússia para a Alemanha através do Nord Stream, foi hoje retomado. Os investidores também estão preocupados com crise política em Itália, onde o primeiro-ministro Mario Draghi apresentou a demissão por falta de apoio da direita, provocando assim a convocação de eleições antecipadas, que deverão ocorrer em setembro ou outubro.

O conselho do BCE dará a conhecer as diretivas de política monetária num contexto marcado pela subida da inflação, depois de o Eurostat ter confirmado na terça-feira que a inflação homóloga avançou em junho para 8,6% na zona euro, contra 8,1% em maio e 1,9% em junho de 2021, enquanto na União Europeia avançou para 9,6%, contra 8,8% em maio e 2,2% em junho do ano passado.

A taxa de inflação na zona euro e na UE tem vindo a acelerar desde junho de 2021, devido à subida dos preços da energia, e a atingir valores recorde desde novembro.

Os investidores temem que as pressões inflacionistas obriguem os bancos centrais a acelerar o ritmo das subidas das taxas de juro, aumentando assim o risco de recessão.

Entretanto, no atual cenário de elevada incerteza, o euro continuava hoje a recuperar face ao dólar, depois de ter fechado abaixo da paridade em 14 de julho (a 0,9991 dólares), sustentado pela expectativa de que o BCE suba as taxas de juro a um ritmo mais agressivo.

No outro lado do Atlântico, a bolsa de Wall Street terminou em alta na quarta-feira, com o Dow Jones a subir 0,15% para 31.874,84 pontos, contra o máximo desde que foi criado em 1896, de 36.799,65 pontos, registado em 04 de janeiro deste ano.

O Nasdaq fechou a valorizar-se 1,58% para 11.897,65 pontos, contra o atual máximo, de 16.057,44 pontos, verificado em 16 de novembro do ano passado.

A nível cambial, o euro abriu em alta no mercado de câmbios de Frankfurt, a cotar-se a 1,0213 dólares, contra 1,0191 na quarta-feira, depois de ter terminado em 14 de julho abaixo da paridade, a 0,9991 dólares, um mínimo desde 2002.

O barril de petróleo Brent para entrega em setembro abriu em baixa no Intercontinental Exchange Futures (ICE) de Londres, a cotar-se a 106,09 dólares, contra 106,92 dólares na quarta-feira.

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