Marcelo Rebelo de Sousa falava aos jornalistas em Praga, num balanço da sua visita oficial à República Checa, que começou na terça-feira e terminou hoje, a convite do Presidente Petr Pavel.
O chefe de Estado apontou Portugal e República Checa como "países de dimensão muito próxima, que pensam da mesma maneira", embora um esteja "na ponta ocidental" e o outro "entre o centro e o leste da Europa".
"Constituímos um grupo, com outros países, que é um grupo de médios estados europeus, mas que pode pesar muito, no momento sobretudo em que as duas grandes potências da Europa estão em crise, a Alemanha e a França", declarou.
Segundo o chefe de Estado, "isso dá um papel ainda maior àqueles países que não são grandes potências em termos económicos, mas que contam no mundo -- é o caso de Portugal, é o caso da República Checa -- e contam na Europa".
Nesta ocasião, interrogado sobre as presidenciais de 2026, a propósito da sessão de apresentação da candidatura do antigo líder do PSD Luís Marques Mendes, Marcelo Rebelo de Sousa reiterou que irá manter-se neutral, sem "tomar posição a favor de nenhum candidato nem contra nenhum candidato", e realçou que "faltam ainda 11 meses".
Interrogado se é cedo de mais para a apresentação de candidaturas presidenciais, remeteu essa pergunta para os candidatos, salientando são eles que "escolhem o momento da candidatura, não é o Presidente em funções".
Depois, questionado se o debate sobre presidenciais se poderá sobrepor a temas importantes na sociedade portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu que há que distinguir "duas ou três coisas diferentes".
"Há eleições locais, que são anteriores às eleições presidenciais, e que serão notícia muito rapidamente, porque terão de ser convocadas com alguma antecedência. Há as eleições presidenciais, que serão notícia quando forem convocadas as eleições -- mas tudo isso já é notícia neste momento, porque há as pré-candidaturas ou as candidaturas que são assumidas muito cedo", elencou.
"E depois há o país que tem problemas no dia a dia. O Governo tem de governar, a Assembleia da República tem de votar leis, a Presidente assina ou não assina as leis", completou.
Marcelo Rebelo de Sousa concluiu que serão "várias realidades a conviverem" durante o período, "que ainda é longo, são 11 meses", até às presidenciais de janeiro do próximo ano, e comentou: "É a vida da democracia, é assim".
Sobre a sua visita oficial à República Checa, disse que "correu muito bem" pelos contactos com o Presidente Pavel, que "já conhecia", com os presidentes das duas câmaras do parlamento e com o primeiro-ministro, Petr Fiala.
O chefe de Estado referiu que Portugal e República Checa têm cooperado no apoio à Ucrânia e no quadro da União Europeia, em termos militares, científicos e tecnológicos e culturais.
De acordo com o Presidente da República, os dois países têm tido "as mesmas posições" sobre a Europa e o mundo e "a República Checa tem sido um grande amigo de Portugal".
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