O banco Santander teve no primeiro semestre lucros de 1.365 milhões de euros no Brasil, menos 1% do que no mesmo período de 2021, devido a uma subida nos custos e a um aumento das reservas, segundo revelou hoje a instituição.
O Brasil continuou a ser o país que mais contribuiu para os lucros globais do grupo espanhol Santander, que em Portugal é dono do Santander Totta.
No conjunto, o grupo registou entre janeiro e junho lucros de 4,89 mil milhões de euros, mais 33% do que em igual período do ano passado.
O presidente executivo (CEO) do grupo Santander, Jose Antonio Álvarez, disse hoje, numa conferência de imprensa em Madrid, que há "dinâmicas negativas" no Brasil e destacou a indexação de toda a economia à inflação, que teve "um forte aumento" no último ano.
Ainda assim, o Brasil é um "caso estranho" e é um dos poucos países do mundo para o qual o Fundo Monetário Internacional (FMI) melhorou as expetativas de crescimento da economia para este ano, destacou José Antonio Alvarez.
O CEO do Santander disse que a questão da inflação e a subida das taxas de juro, que começaram a aumentar no Brasil antes da Europa, "arrefece a economia" brasileira, mas que há a expetativa entre os peritos e analistas de que haja uma normalização nos próximos meses, que "o pico" seja atingido este ano e que haja até uma diminuição em 2023.
Jose Antonio Álvarez descartou também instabilidade ou outras perturbações associadas às eleições presidenciais brasileiras deste ano, considerando que está em causa um cenário "normalizado" e, fundamentalmente, dois candidatos que são já pessoas conhecidas.
A primeira volta das presidenciais brasileiras está marcada para 02 de outubro e há até agora 12 candidatos anunciados.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva lidera as sondagens de intenção de voto, seguido do atual Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro.
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