Endesa anuncia subida de 40% na fatura da luz. Governo fala em alarmismo
Ministério do Ambiente e da Ação Climática "não vê qualquer justificação no aumento de preços que foi comunicado".
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Economia Eletricidade
O Governo considera "alarmistas" as declarações do presidente da Endesa sobre o aumento de 40% na fatura da eletricidade "e não vê qualquer justificação no aumento de preços que foi comunicado", reagiu o Ministério do Ambiente e da Ação Climática em comunicado.
O presidente da Endesa avançou que a eletricidade vai sofrer um aumento de, pelo menos, 40% já neste mês devido ao mecanismo ibérico acordado com Bruxelas na sequência da escalada dos preços por causa da guerra na Ucrânia.
"Já nas faturas de consumo elétrico de julho, as pessoas vão ter uma desagradável surpresa. Estamos a falar de qualquer coisa na ordem dos 40 ou mais por cento, e não tem nada a ver com as empresas elétricas, aparecerá nas faturas numa linha específica, a dizer que o mecanismo coberto do diploma X de teto sobre os preços do gás, cabe-lhe a si, feliz contribuinte, ou infeliz contribuinte, contribuir com X, para além do preço que tinha no seu contrato", afirmou Nuno Ribeiro da Silva no programa Conversa Capital, da Antena 1 e Jornal de Negócios.
Segundo a elétrica, em causa está pagamento do "travão do gás".
Este travão, criado para Portugal e Espanha, levou a um desconto nos preços do gás natural utilizado para a produção de eletricidade.
O Governo refere ainda que o mercado livre tem outros comercializadores e que "os consumidores poderão sempre procurar melhores preços", ou aderir à tarifa regulada, que "foi reduzida em 2,6% no segundo semestre deste ano".
Na mesma nota emitida após as declarações de Nuno Ribeiro da Silva, o Ministério tutelado por Duarte Cordeiro vincou que o mecanismo ibérico, negociado e aprovado pela Comissão Europeia, não gera défice tarifário e que os preços têm aumentado devido à guerra na Ucrânia.
"Os preços com o mecanismo têm sido sempre abaixo dos preços sem mecanismo", referiu.
O preço médio no Mercado Ibérico da Eletricidade (MIBEL) para hoje, com o valor do ajustamento, ascende a 199,08 euros por megawatt-hora (MWh).
Este montante "compara com o valor de 253,16 euros por MWh caso não existisse o mecanismo, traduzindo-se assim numa redução de 54,08 euros por MWh, o que corresponde a uma poupança de cerca de 21%"
[Notícia atualizada às 14h02]
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