Sindicato afirma que faltam mais de 200 carteiros no Grande Porto

O Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações (SNTCT) afirmou hoje que faltam mais de 200 carteiros no Grande Porto, numa ação pública em que denunciou que os trabalhadores que saem dos CTT não são substituídos.

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Lusa
22/08/2022 12:32 ‧ 22/08/2022 por Lusa

Economia

Carteiros

"O que se passa no distrito do Porto é que, precisamente, os trabalhadores que vão embora da empresa não são substituídos", disse hoje à Lusa o dirigente do SNTCT José Sá, durante a ação que decorreu entre as praças da Trindade e General Humberto Delgado, no Porto.

De acordo com um documento entregue durante a ação sindical, são necessários "mais de 200" carteiros "só no Grande Porto", detalhando o SNTCT que faltam 20 carteiros no Porto, 15 na Maia, cinco em Ermesinde (Valongo), cinco em Vila Nova de Gaia, cinco em Gondomar, quatro em Rio Tinto (Gondomar) e quatro em Santo Tirso.

Segundo o sindicato, estes locais são alguns "em que, durante todo o ano, se podem verificar atrasos na entrega de correspondências de duas ou mesmo mais semanas, incluindo todo o tipo de objetos postais".

"A empresa ia colmatando estas falhas com contratos a termo certo, com agenciamentos, mas na verdade não resulta, porque quem aceitou fazer agenciamentos já não consegue, por aqueles valores, trabalhar", disse à Lusa o sindicalista José Sá.

De acordo com o dirigente do SNTCT, "ao fim e ao cabo, andam cá a trabalhar só para aquecer, porque não ganham dinheiro absolutamente nenhum".

Para o responsável, as causas nas falhas do serviço dos CTT apontadas pelo sindicato "fundamentalmente residem na diminuição de efetivos".

"A empresa nunca cuidou de substituir os que se aposentavam, os que iam saindo do serviço ou que se despediam, e agora está numa situação muito delicada", apontou José Sá, que referiu que a própria empresa "reconhece que é difícil recrutar".

O sindicalista referiu que atualmente "não é apelativo ir trabalhar para o correio", pois "o ordenado é o ordenado mínimo nacional, o trabalho é pesadíssimo".

"A maior parte dos jovens que ficam por cá, alguns dos que ficam e que gostam de cá trabalhar, é porque gostam muito de ser carteiros. Efetivamente é só por aí, porque nada mais cativa para vir trabalhar para os CTT", refere.

A nível nacional, o responsável estimou faltarem mais de 800 trabalhadores "só para a área de distribuição", e um "menor número para o atendimento, porque foram encerradas muitas estações de correio".

O SNTCT está esta semana a percorrer as capitais de distrito da região norte em ações públicas que, além da de hoje no Porto, decorrerão em Braga (terça-feira), Viana do Castelo (quarta-feira), Vila Real (quinta-feira) e Bragança (sexta-feira).

A Lusa contactou os CTT e aguarda resposta.

Leia Também: CTT compram 200 mil ações próprias desde 12 de agosto

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