Governo cubano retoma venda de dólares, pela primeira vez desde 2004

O governo de Cuba vai começar, a partir desta terça-feira, a vender dólares norte-americanos e outras moedas estrangeiras de forma limitada no mercado financeiro oficial, o que não acontecia desde 2004.

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Lusa
23/08/2022 07:51 ‧ 23/08/2022 por Lusa

Economia

Cuba

A medida, um passo inicial na possível implementação de um mercado de câmbios livre no país, foi anunciada, na segunda-feira, pelo ministro da Economia e Planejamento, Alejandro Gil, na televisão pública cubana.

A taxa de câmbio será de 120 pesos convertíveis (cinco euros) por dólar, taxa semelhante à do mercado informal e da incipiente compra pelo Estado. A operação terá uma margem comercial entre 3% e 6%.

Desde o início de agosto que o Governo cubano tem vindo a comprar moeda estrangeira a esta nova taxa de câmbio. Até então, a taxa oficial era de 24 pesos convertíveis (um euro) por dólar, uma taxa que ainda é mantida para empresas e agências estatais.

O ministro explicou que a intenção do governo é "continuar a avançar na construção do sistema cambial" e retomar "o controlo" do mercado financeiro.

As operações de venda de divisas serão realizadas em 37 casas de câmbio oficiais, inicialmente apenas em numerário e para indivíduos, explicou a líder do Banco Central de Cuba, Marta Sabina Wilson.

O limite inicial por pessoa e por dia será de 100 dólares (100,6 euros) ou o valor equivalente numa outra moeda estrangeira. Wilson ressaltou que o mercado de câmbio também tem "outro limite", já que as vendas do Estado vão depender de compras anteriores.

Numa segunda fase, a população poderá também adquirir moeda estrangeira nos bancos e através de contas bancárias, estando ainda previsto um alargamento do número de pontos de troca.

Alejandro Gil afirmou que o Estado pretende receber mais divisas estrangeiras, que serão utilizadas para financiar importações.

Cuba importa 80% dos bens de que necessita, segundo as Nações Unidas, e o atual problema de escassez de bens essenciais deve-se, em parte, à escassez de moeda.

A ilha atravessa uma profunda crise económica, com falta de alimentos e medicamentos, uma forte inflação e frequentes cortes de energia.

Os apagões suscitaram protestos nas últimas semanas, em diferentes locais do país, reproduzidos em vídeos distribuídos nas redes sociais.

O mais recente aconteceu em 1 agosto em Santiago de Cuba, uma das maiores cidades da ilha.

Leia Também: Tensão junto de casa da vice-presidente argentina após acusações

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