"Não fecho as portas à tributação dos lucros mais elevados, mas considero que o que é mais eficaz e concretizável é que [as empresas], por exemplo, baixem o preço para o consumidor, se tiverem margem para isso", afirmou a primeira-ministra em entrevista ao Le Parisien.
Na entrevista, Elisabeth Borne comprometeu-se a não deixar que os preços da energia subam rapidamente para os consumidores e que serão tomadas medidas "para acompanhar os mais desfavorecidos".
Já hoje, em declarações aos jornalistas em Metz, no norte de França, o ministro da Economia de França, Bruno Le Maire, afirmou que o Governo é um exemplo na Europa na luta contra os aumentos dos preços da energia.
"Vejam o que está a acontecer em Espanha e no Reino Unido, com as contas da eletricidade a aumentarem 60%, 70%, 80%, enquanto nós temos um aumento de 4%. Não estou a dizer que este aumento é pequeno, mas insisto que vejam como o Presidente [Emmanuel Macron] e o seu Governo amorteceram o choque", afirmou Le Maire.
Segundo a agência Efe, Le Maire foi questionado várias vezes sobre o aumento recorde do preço por grosso da eletricidade em França para 2023 (até mil euros por megawatt-hora, contra 85 euros há um ano) e o seu impacto nos orçamentos familiares.
"Não o escondemos. Em janeiro de 2023 haverá aumentos no preço do gás e da eletricidade, mas eles serão atenuados, como temos vindo a fazer há 14 meses. Não queremos que a inflação se traduza em brutalidade económica contra os nossos compatriotas", atirou.
Perante o agravamento dos preços da energia devido a guerra na Ucrânia, o executivo de Macron limitou os aumentos de gás e eletricidade para os consumidores privados, num esforço equivalente a 20.000 milhões de euros para os cofres do Estado.
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