"O Afreximbank prevê comprometer um investimento de 700 milhões de dólares [aproximadamente o mesmo em euros] nas Caraíbas, logo que o escritório regional abra, além dos 250 milhões de dólares que disponibilizámos para apoiar o comércio e o investimento afro-caribenho",disse o presidente do Afreximbank na abertura do primeiro fórum de comércio e investimento entre África e as Caraíbas, que começou hoje em Bridgetown, capital de Barbados.
Antes de assinar acordos de parceria com alguns países das Caraíbas -- Barbados, Suriname, Saint Kitts and Nevis, Dominica, Santa Lúcia e Antígua e Barbuda -, Oramah acrescentou que a instituição que dirige está a trabalhar com os países das Caraíbas para acelerar a sua integração no Afreximbank e para apoiar na criação de um Banco Caribenho de Exportações e Importações como uma subsidiária ou filial do Afreximbank.
E disse esperar que o encontro que hoje começou abra o caminho para a criação de uma área de comércio livre afro-caribenha.
Oramah iniciou o seu discurso referindo que o comércio pode ser fonte de bem ou de mal, recordando que há quase 500 anos África foi despovoada e desumanizada pelo comércio de seres humanos, "enviados acorrentados" para a América e as Caraíbas.
Mais de 400 anos depois, disse, africanos e caribenhos devem ter o mesmo empreendedorismo que os europeus tiveram então, "mas para o bem".
Recordou que o Afreximbank tem uma estratégia para a diáspora, que redefiniu o comércio intra-africano como comércio entre africanos, independentemente de onde estão geograficamente.
Lembrando que o banco que dirige incluiu as Caraíbas no seu plano de fornecer vacinas contra a covid-19 "no momento mais desafiante do nacionalismo protecionista", o banqueiro lamentou que milhares de africanos visitem as Caraíbas todos os anos usando agências de viagens exteriores a ambas as regiões.
E recordou que, embora África importe 4,5 mil milhões de dólares de peixe e marisco dos mercados mundiais, as Caraíbas apenas representem menos de 1% dessas importações.
"Estes números fornecem vislumbres do que é possível se nos atrevermos", afirmou.
Disse por isso esperar que os participantes no AfriCaribbean Trade and Investment Fórum (ACTIF2022), cerca de 1.500 pessoas, incluindo de 48 países africanos e de 12 países das Caraíbas, terminem o evento com "planos concretos para abrir bancos e formas de pagamento, que assinem 'joint ventures' para projetos industriais, (...) partilhem conhecimento e invistam conjuntamente em projetos de adaptação climática".
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