Combustíveis mais baratos 1,25% em Cabo Verde a partir de hoje

O valor médio dos combustíveis à venda em Cabo Verde voltou a cair hoje, mais 1,25%, mas permanece 46% acima dos preços praticados há um ano, segundo a Agência Reguladora Multissetorial da Economia (ARME).

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Lusa
01/10/2022 12:02 ‧ 01/10/2022 por Lusa

Economia

Cabo Verde

Em comunicado, a ARME refere que a atualização dos preços máximos dos combustíveis em Cabo Verde -- que é feita todos os meses e que já em agosto tinha refletido uma redução média global de 10% e em setembro menos quase 4% -- levou em conta a introdução de alterações à legislação, nomeadamente sobre a importação, depois de em abril, maio e junho o Governo ter suspendido o mecanismo de fixação de preços, face à crise económica provocada pela guerra na Ucrânia.

Esta atualização dos preços dos combustíveis volta a incorporar alterações às taxas de Direitos de Importação (DI) e de Imposto sobre o Consumo Especial (ICE), aplicadas desde o mês agosto e em vigor até 31 de dezembro. Implica a redução da taxa de DI sobre a gasolina de 20% para 10%, e sobre o fuel 180 e 380 de 5% para 0%, além de reduzir a taxa de ICE sobre o gasóleo e a gasolina, mudando de 10% para a específica de seis escudos (cinco cêntimos de euro) por litro, recorda a ARME.

De acordo com a nova tabela de preços máximos, que vai vigorar de 01 a 31 de outubro, o litro de gasóleo normal passou hoje a ser vendido em Cabo Verde a 165,30 escudos (1,49 euros), uma descida de 0,24%, o de gasolina a 139,20 escudos (1,26 euros), menos 5,75%, o de petróleo a 174,10 escudos (1,57 euros), uma quebra de 2,19%, e o de gasóleo marinha a 131,50 escudos (1,19 euros), menos 0,30%.

O gasóleo para eletricidade -- as centrais a combustíveis fósseis garantem quase 80% da eletricidade produzida no arquipélago -- desceu 0,26%, para 156,30 (1,41 euros) por litro, enquanto o gás butano contrariou a tendência e aumentou 8,22%, passando a ser vendido entre os 450 escudos e os 8.682 escudos (4.02 a 78,38 euros), para as garrafas de três a 55 quilogramas.

"Tudo somado, corresponde a um decréscimo médio dos preços dos combustíveis de 1,25%", refere a ARME.

Quando comparado com o período homólogo de outubro de 2021, a variação média dos preços dos combustíveis "corresponde a um aumento de 46,11% e, relativamente à variação média ao longo do ano em curso, corresponde a um acréscimo de 7,02%", acrescenta o regulador.

O primeiro-ministro de Cabo Verde estimou no final de julho em 8.000 milhões de escudos (71,8 milhões de euros) o investimento do Estado para estabilizar preços de bens essenciais e energia, sem o qual a inflação ultrapassaria os 11% este ano.

"Sem as medidas de estabilização de preços, a inflação poderia situar-se, este ano, em 11,3%, bem acima dos 7,9% estimados. Medidas de estabilização de preços têm amenizado os impactos sobre os consumidores, as organizações e as empresas", afirmou Ulisses Correia e Silva, na Assembleia Nacional, na abertura do debate anual sobre o estado da Nação, aludindo às consequências da crise inflacionista que afeta o país após a guerra na Ucrânia.

Nos combustíveis, sublinhou, "sem as medidas tomadas pelo Governo" desde abril, os aumentos médios "poderiam ter-se situado entre os 18 e os 21%".

"Por causa das medidas, ficaram entre os 2,6 e os 4,1%. Evitámos consequências gravosas para as pessoas e as empresas", afirmou Ulisses Correia e Silva.

"Mais de cinco milhões de contos [5.000 milhões de escudos, 44,8 milhões de euros] até dezembro deste ano será o investimento necessário para o Governo fazer face à crise inflacionista na energia, estabilizar os preços dos combustíveis e da eletricidade, de forma a impedir que os valores atinjam níveis catastróficos para as famílias e as empresas", sublinhou.

O arquipélago enfrenta uma profunda crise económica e financeira, decorrente da forte quebra na procura turística - setor que garante 25% do Produto Interno Bruto (PIB) do arquipélago - desde março de 2020, devido à pandemia de covid-19.

Em 2020, registou uma recessão económica histórica, equivalente a 14,8% do PIB, seguindo-se um crescimento de 7% em 2021 impulsionado pela retoma da procura turística. Para 2022, devido às consequências económicas da guerra na Ucrânia, nomeadamente a escalada de preços, o Governo cabo-verdiano baixou a previsão de crescimento de 6% para 4%.

Leia Também: Cabo Verde aumenta SMN e atualiza ordenados mais baixos no público

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