"Como em qualquer investimento, promessas de ganhos elevados, em pouco tempo, merecem desconfiança, especialmente se não alertarem para os riscos envolvidos", destaca a comissão no relatório do investidor.
A recomendação da CMVM, para investidores não profissionais, é a de utilizar as redes sociais de forma ponderada, tendo sempre em conta a importância das fontes de informação oficiais.
"Se o conhecimento, a experiência e a literacia financeira de quem está a dar a informação não for certo para o investidor, bem como a veracidade e qualidade da informação prestada, deve evitar prestar atenção", adverte.
Sobre as redes sociais no processo de investimento, o relatório refere os casos de personalidades conhecidas nas redes sociais -- os 'influencers' -- que falam sobre investimentos em instrumentos financeiros, normalmente focando-se nos seus sucessos.
"Isto leva a que os seguidores procurem imitar essas mesmas estratégias, sem ter em consideração os elementos que devem orientar a sua escolha e frequentemente com resultados piores do que os reportados pelos 'influencers'", lê-se no documento.
Se os investidores decidirem adquirir criptoativos ou instrumentos financeiros com exposição direta a criptoativos, como CFD (Contrato por Diferença) sobre criptoativos, a CMVM recomenda que, antes, "compreendam plenamente" as suas características e riscos.
"Contudo, isto pode ser difícil numa área onde não estão estabelecidos deveres de informação aos investidores", alerta no relatório.
Num outro relatório, sobre finanças sustentáveis, a CMVM informa que, a partir de 2023, "o intermediário financeiro tem de entregar informação que detalhe características ou objetivos" antes de ser efetuada a compra dos fundos de investimento ou produtos de pensões que promovam características ambientais, sociais ou que tenham objetivos de investimento sustentável.
Um estudo sobre incentivos à poupança de longo-prazo, com seis propostas de criação de incentivos fiscais à poupança e sustentabilidade financeira, foi também hoje divulgado pela CMVM.
Com a publicação destes documentos, o regulador quis assinalar a semana mundial do investidor, que começou hoje e decorre até sexta-feira, para sensibilizar para a importância da educação financeira e da proteção do investidor.
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