A medida integra a nova proposta do Governo para o acordo de médio prazo de melhoria de rendimentos, salários e competitividade, a que a Lusa teve acesso, e que vai hoje ser discutida na Concertação Social, com vista a que algumas medidas integrem já a proposta de Orçamento do Estado para 2023 (OE2023) que será entregue no parlamento na segunda-feira.
No documento, o Governo propõe uma "majoração em 50% dos custos com a valorização salarial (remunerações e contribuições sociais), em sede de Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas (IRC)" para empresas que cumpram alguns critérios, entre eles o aumento dos salários em linha com o previsto no acordo.
De acordo com o documento que será hoje ao final do dia apresentado na Concertação Social, o Governo propõe uma valorização salarial anual de 5,1% em 2023, de 4,8% em 2024, de 4,7% em 2025 e de 4,6% em 2026.
Segundo a proposta, beneficiam da medida as empresas que "valorizem anualmente os salários em linha ou acima dos valores constantes no acordo e no quadro de Instrumento de Regulamentação Coletiva de Trabalho" e que tenham contratação coletiva dinâmica.
Para este efeito, deve ser considerada "a outorga ou renovação de instrumento de regulação coletiva de trabalho há menos de três anos", pode ler-se no documento.
Para terem acesso à medida, as empresas têm de assegurar uma redução do leque salarial, "considerando-se para o efeito o rácio entre a parcela da remuneração base dos 10% de trabalhadores mais bem remunerados em relação ao total e a parcela de remuneração base dos 10% de trabalhadores menos bem remunerados em relação ao total", define a proposta do Governo.
A proposta integra ainda a uma redução seletiva de IRC para as empresas que invistam em Investigação e Desenvolvimento (I&D), tal como estava previsto na proposta anterior.
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